Scooters de baixa cilindrada são bichos encontrados apenas nas selvas urbanas. Meios de transporte básicos e práticos para quem quer ir do ponto A para o ponto B, apenas. Mas mesmo com foco na função, há pessoas que dão mais valor à forma. É para eles que a Honda lança agora a ADV. Um modelo que usa o mesmo motor da PXC, mas tem suspensões elevadas, pneus de uso misto e um visual aventureiro para custar mais. Aliás, bem mais, R$ 17.797 em São Paulo por conta do aumento do ICMS (R$ 17.490 nos outros estados), cerca de R$ 3 mil a mais que o PCX.
Dificilmente alguém irá fazer um off-road com este scooter. Será sempre visto no asfalto. Mas então porque pagar este valor a mais em um ADV? Apenas por estilo? A resposta é não. Mesmo para a cidade, as suspensões mais robustas do ADV garantem mais conforto ao passar pelos buracos. São 130 mm de curso na frente e 120 mm atrás – bichoque -, com um reservatório externo Showa que ajuda a evitar a compressão das molas, o famoso “bater seco”.
O modelo é realmente mais amigável com o piloto que outros scooters. Não foge das características do segmento e ainda sacrifica um pouco as costas em vias acidentadas, mas muito menos que outros 150 com rodas pequenas – 14 polegadas na frente e 13 polegadas atrás no ADV – e suspensão de 100 mm de curso.
ADV se destaca na terra
Para quem vive em áreas rurais o ADV é ainda mais interessante. Os pneus Metzeler Tourance de uso misto dão uma estabilidade ao scooter em estradinhas de terra batida que não existe em nenhum outro modelo de baixa cilindrada. É preciso se acostumar no início com o freio ABS apenas na frente. Modelos que não têm este valor de venda, como a Yamaha NMax, possuem nas duas rodas, então isso foi uma bola fora da Honda.
Mas depois que o piloto se acostuma dá até para ganhar confiança e se divertir um pouco deixando a roda deslizar. Foram cerca de 10 km de trecho de terra durante a avaliação, com direito a pedriscos e um pouco de lama, e nenhum susto.
O desempenho é normal do que se espera de um modelo pequeno. O motor monocilíndrico de 149,3 cm³, o mesmo da PCX, tem 13,2 cv a 8.500 rpm 1,38 mkgf. Junto do câmbio CVT gera um desempenho ágil no trânsito, mas que sofre para chegar a velocidades altas. Mas se não brilha no quesito vento no rosto, o ADV tira onda na autonomia. O tanque de 8 litros e autonomia de mais de 40 km/l levam o piloto bem longe de casa.
A posição de pilotagem é ótima, com o guidão elevado, que deixa quem está guiando bem sentado. O banco é perfeito anatomicamente, mas é um pouco mais duro que que deveria. Abaixo dele há um porta-capacete de bons 27 litros, que pode abrigar o que o nome indica ou até pequenas compras.
Honda ADV é bom de equipamentos
A chave é do tipo presencial, há start-stop e um compartimento para deixar o documento da moto que conta com uma tomada 12V que dá para carregar o celular. O para-brisa tem regulagem que varia do enfeite ao enfeite mais alto. Ele não muda nada em termos de proteção de vento, mas pelo menos deixa o scooter mais bonitinho. Faróis e lanternas são de LEDs.
O painel digital merece um capítulo a parte. Em LCD com fundo preto, ele não é a coisa mais fácil do mundo de ver com luz direto nele. Mas pelo menos é bem completo, com medidor da carga da bateria, consumo médio, alerta de troca de óleo e distâncias A e B.