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Ford descobre R$ 580 mil em couro dentro de fábrica que será demolida
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Ford descobre R$ 580 mil em couro dentro de fábrica que será demolida

Cerca de 250 peças de couro que nunca foram utilizadas pela Ford serão doadas para empresas que reutilizam o produto de forma artesanal em Detroit.

Emily Nery, para o Jornal do Carro

30 de mar, 2021 · 3 minutos de leitura.

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Ford encontra cerca de R$ 580 mil em couro não utilizado
Ford encontra cerca de R$ 580 mil em couro não utilizado
Crédito:Divulgação/Ford

Quem nunca escondeu dinheiro e não sabia depois onde colocou, que atire a primeira pedra. Até grandes empresas, como a Ford, não escapam de vacilos como esse. A montadora encontrou US$ 100 mil, ou R$ 560 mil na conversão direta, em estofamentos de couro não utilizados em uma fábrica nos EUA.

O local em questão é o Centro de Desenvolvimento de Produto da Ford em Dearborn, Michigan. A fabricante irá destruir essa parte da fábrica com o intuito de construir um polo totalmente novo. Para isso, resolveu inspecionar o antigo lugar. E a surpresa foi bem feliz para a empresa.

Ford encontra cerca de R$ 580 mil em couro não utilizado
Divulgação/Ford

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As 250 peças de couro são sobras do estofamento comprado pela Ford para serem usados em bancos de protótipos. Conceitos de modelos como F-150 King Ranch, Explorer, Escape e o Lincoln Navigator Black Label receberiam o estofado. Assim, as peças remanescentes variam entre as cores preta, marrom e cinza.

Materiais foram para doação

A boa notícia é que, em vez de jogar o couro no lixo, a Ford está repartindo o material para duas empresas de Detroit, a Pingree Detroit e Mend on the Move.

A primeira é uma marca de artigos de couro que promove o emprego de veteranos de guerra. Normalmente, ela recupera couros de todo o polo automotivo de Detroit para utilizar em seus produtos, como por exemplo carteiras, cadernos e calçados. As reservas dos tênis artesanais, oferecidos por cerca de R$ 2 mil cada, estão esgotadas até o final de 2021.


Tênis da Pingree Detroit, feito com couro doado pela Ford
Reprodução/Pingree Detroit

Já a segunda é uma organização sem fins lucrativos que emprega mulheres vítimas de abuso. Artesanalmente, o grupo produz acessórios, bem como bijuterias feitas de couro e peças metálicas doadas pela Ford.

De acordo com o diretor de processo 3D da Ford, Jim Conner, “Esta é uma situação única em que podemos doar montantes de couro premium de qualidade automotiva para pequenas empresas em Detroit”.


Ele completa dizendo que “está animado para o bom uso do material por empresas de impacto na comunidade”.



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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”