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Fiat, Jeep e RAM aceitam soja para pagamento de carros
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Fiat, Jeep e RAM aceitam soja para pagamento de carros

Modelos do grupo Stellantis podem ser adquiridos por produtores rurais mediante pagamento fixo e liquidado em soja; ação começa em cinco Estados do Brasil

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

13 de mai, 2021 · 4 minutos de leitura.

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RAM é uma das marcas que entraram no programa criado pela Stellantis
Crédito:Stellantis/Divulgação

A Stellantis, dona das marcas Fiat, Jeep e RAM, entre outras, passará a aceitar grãos, como soja, para pagamento de carros novos. Esse tipo de operação tem valor calculado de acordo com a cotação da commodity no dia da compra. A prática é conhecida pelo termo barter trade (troca ou permuta, em português). O projeto piloto contempla 1.200 produtores rurais no país. Dessa forma, começa pelos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia, Paraná e Pará.

O objetivo é, por meio da nova modalidade, potencializar as vendas da Stellantis ao setor do agronegócio. Outro ponto do negócio visa fortalecer laços comerciais com este importante mercado. É o que mais cresce no País. O agronegócio brasileiro corresponde hoje a mais de 21% do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, tem destaque nas exportações. E na geração de superávit na balança comercial.



“Essa parceria inovadora incrementará as vendas da Stellantis no setor do agronegócio. E permitirá aos produtores rurais a renovação de frotas, assim como a aquisição facilitada de veículos. A modalidade barter trade será uma maneira ágil para fomentar negócios com produtores rurais. Uma vez que utilizará uma modalidade de pagamento com a qual já estão familiarizados. É um modelo de negócio que oferece segurança. E previsibilidade”, afirma Fabio Meira. Ele é o diretor de vendas diretas da Stellantis.

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Fiat/Divulgação

Modelos que aceitam pagamento com soja

Os profissionais selecionados poderão comprar veículos pré-determinados. A Fiat oferece as picapes Toro e Strada (exceto a versão Volcano). E o furgão Fiorino. Já a Jeep oferecerá — no programa Barter é Jeep — os modelos Renegade, Compass, Grand Cherokee e Wrangler. Por fim, a RAM (Barter RAM) disponibilizará as picapes 1500 e 2500.

De acordo com o grupo, as operações barter trade se baseiam na troca de mercadorias. Porém são mais complexas do que a prática de escambo. A transação ocorre envolvendo a definição do valor do bem, a cotação básica da commodity agrícola usada como pagamento, o seguro, bem como a aquisição do bem. Por fim, há a liquidação financeira.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”