Enquanto a Ford deixava o Brasil, há pouco mais de um ano, a General Motors fazia o movimento contrário, com o anúncio de um pesado investimento de R$ 10 bilhões. Parte desse montante será direcionado para a produção de novos modelos, como por exemplo, a picape Montana – que vai chegar como rival da Fiat Toro – e a nova Chevrolet Spin, minivan que já está completando dez anos de Brasil.
A GM ainda não fala sobre a novidade, que deve chegar só por volta de 2024. Mas, especulações apontam para uma mudança de gênero. A princípio, a Chevrolet Spin deve virar um crossover. Afinal, frente a um mercado que, pelo jeito, tem um apetite infindável por SUVs, não faria sentido manter o formato atual – ela é a única sobrevivente da categoria de minivans. Nem mesmo oferecendo o maior porta-malas do Brasil (710 litros), o modelo tem caído nas graças do consumidor.
Para se ter ideia, enquanto o Jeep Renegade vendeu 4.293 unidades ao longo do mês de dezembro, conquistando a liderança do segmento de SUVs com 11% de participação, a Chevrolet Spin mal passou dos 1.500 emplacamentos. Certamente não serve de argumento para a GM manter o formato minivan, mas a Spin conquistou 98,8% do segmento em que atua. Os números são da Fenabrave, associação que reúne os concessionários do País.
Meta: virar o jogo
Mesmo sem qualquer dica por parte da GM – que foi procurada pelo Jornal do Carro, mas desconversou quando questionada sobre a nova geração -, o designer Kléber Silva, da K Design AG, decidiu fazer uma projeção da nova Spin. “Para a base, usei elementos do novo Chevrolet Blazer no corpo do SUV Orlando de primeira geração”, explica.
Na parte da frente (foto destaque), a grade segue o padrão do Blazer e vai da parte de baixo do para-choque até a base do capô do motor, pegando toda a parte frontal. Na mesma peça, inclusive, ficam os filetes de luzes DRL – bem ao estilo Fiat Toro, Citroën C4 Cactus e companhia. Os pequenos faróis migram para o para-choque e são iluminados por luzes de LEDs.
Nas laterais, conforme explicou o designer, forte semelhança com o Chevrolet Orlando de primeira geração. As maçanetas das portas, entretanto, são embutidas na carroceria e há detalhes cromados no contorno dos vidros. As caixas de rodas são proeminentes, para dar um ar mais robusto.
Na parte de trás, mais mudanças. A tampa, totalmente em vidro, segue o interessante estilo de modelos como o Fiat Mobi, por exemplo. O componente é invadido pela lanternas traseiras – bem finas e também iluminadas por LEDs. Aerofólio e saída dupla de escape dão o toque final. Cabe salientar que, apesar da saída dupla de escape, não há qualquer informação sobre motorização do modelo.
Histórico
Lá em meados de 2012, a Chevrolet deu à Spin a missão de substituir, de uma só vez, os modelos Meriva e Zafira. A princípio, chegou em duas versões de acabamento, LT e LTZ, e opções de cinco e sete assentos. Tanto em visual quanto em conteúdo, o modelo se aproximava bastante dos irmãos Cobalt e Agile.
Equipada com motor 1.8 Econo.Flex (até 108 cv), o modelo vinha com boa lista de conteúdos. Dentre os itens, ar-condicionado, freios ABS e air bag duplo (que ainda não eram obrigatórios) e até computador de bordo e volante multifuncional. A partir de 2014, a central multimídia MyLink (tela de 7″) passou a ser oferecida.
No ano seguinte, a Spin adotou a versão Activ. O modelo pseudoaventureiro tinha como principais destaques os penduricalhos espalhados pela carroceria a fim de dar um ar off-road à minivan. Destaque para o estepe sobre a tampa traseira.
As linhas 2016 e 2017 tiveram, em síntese, novidades em termos de transmissões. Respectivamente, a GM incluiu o automático GF6-2 (50% mais rápido nas trocas de marchas) e manual de seis posições. Este último, priorizava a eficiência. Nesse sentido, veio a atualização do motor (aumento para 111 cv). Na época, a Chevrolet tirou de linha a versão Advantage, que voltou no ano seguinte, mas apenas com câmbio automático. No entanto, foi descontinuada em 2018.
E foi justamente em 2018 que a Spin ganhou sua primeira (e única) reestilização. Baseado em críticas, o redesenho conferiu um ar mais moderno à minivan. Nela, faróis mais finos e lanternas maiores. Deu-se, ainda, o lançamento da variante Activ 7.
Linha atual
Na versão atual, a Spin – que ganhou controles de estabilidade e de tração na linha 2021 – perdeu a opção de câmbio manual. Assim como o Tracker, o modelo passou a ser oferecido apenas com transmissão automática desde o finalzinho do ano passado.
Assim, o modelo LS, custa a partir de R$ 95.070. Com o mesmo motor 1.8 SPE/4 Eco flex, o modelo vem com itens como direção elétrica, câmera de ré e tela central compatível com Andoid Auto e Apple CarPlay. A promessa é que o câmbio manual volte reconfigurado para atender às novas normas do Proconve L7, em vigor desde o dia 1 de janeiro.