Com expressiva participação no mercado global, a Volkswagen é pioneira em muitos aspectos da indústria. No Brasil, por exemplo, onde completou 69 anos de produção, a marca foi a primeira a oferecer motores flex. No entanto, agora, a alemã, conhecida por fazer carros populares, vai reduzir modelos a combustão para focar nos veículos premium.
A informação foi confirmada nesta semana pelo diretor financeiro da VW, Arno Antlitz. De acordo com ele, a meta é reduzir a linha de carros a gasolina e a diesel – parte de cerca de 100 modelos de várias marcas do grupo – em 60% até o final desta década. Isso na Europa. ”O objetivo principal não é o crescimento. Estamos (mais focados) em qualidade e margens, e não em volume e participação de mercado”, confirmou o executivo ao Financial Times.
O jornal ainda afirmou que a nova estratégia evidencia uma mudança significativa na indústria automobilística. Afinal, o setor tenta se superar a cada ano nos emplacamentos, mas passou por certas dificuldades, principalmente, em relação a escassez global de chips por causa da pandemia da Covid-19.
Presença no mercado
Em busca de uma expansão, a Volkswagen tinha como objetivo se tornar a maior vendedora de veículos do mundo até 2018, vencendo outras marcas como a Toyota e a GM. Para isso, o grupo manteve uma presença forte em mercados como nas Américas do Norte e do Sul, com diversos lançamentos. Em seguida, a falta de semicondutores forçou as marcas a interromperem a produção, mesmo com o aumento da demanda.
Nesse meio de tempo, montadoras como Mercedes-Benz e BMW dobraram seus lucros em 2021 pelo aumento de preço dos carros, apesar de venderem em menor quantidade. E esse foi um plano parecido com o da VW, que priorizou os carros mais caros das marcas Audi e Porsche – que fazem parte do grupo – e registrou mais de 20 milhões de euros no período. Ainda segundo a reportagem, os executivos das três marcas enfatizaram que essa tendência continuará mesmo depois que os problemas dos suprimentos sejam resolvidos.
E os elétricos?
No total, o site inglês afirma que o investimento da Volkswagen em veículos elétricos já circula em torno de 52 bilhões de euros. Ou seja, um dos maiores até o momento. Grande parte do valor foi aplicado nas fábricas de Zwickau e Emden, na Alemanha, onde as linhas de produção se voltaram para os carros elétricos. “Não estamos aumentando a capacidade, mas retrabalhamos fábrica por fábrica”, disse o CFO do grupo alemão.
Em contrapartida, o Arno Antlitz afirmou que apostar na gama elétrica pode ser muito lucrativo. No entanto, há preocupação por conta do alto custo de matérias-primas das baterias. “Esperamos que a guerra [na Ucrânia] termine em breve e, em seguida, os preços das matérias-primas recuem um pouco mais”, torce o executivo. Por fim, ele afirmou que a nova tecnologia de bateria vai reduzir os preços a longo prazo.
*Com informações do Financial Times.