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Segredos da VW, parte 3: o Voyage do Gol bolinha que nunca nasceu
História

Segredos da VW, parte 3: o Voyage do Gol bolinha que nunca nasceu

Luiz Alberto Veiga, ex-chefe de design da VW do Brasil, revela imagens do projeto do Voyage derivado do Gol "bolinha" que nunca foi lançado

Diogo de Oliveira

02 de ago, 2022 · 7 minutos de leitura.

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VW Voyage
Segunda geração do Voyage foi cancelada em meados dos anos 1990 e VW decidiu lançar o Polo Classic no Brasil
Crédito:Luiz Alberto Veiga/Instagram

Em seu ano derradeiro de produção, o atual Volkswagen Voyage não deverá ter uma nova geração. O motivo é simples: o mercado de sedãs de entrada perdeu espaço para os SUVs, que já respondem por praticamente a metade dos emplacamentos de carros novos no País. Dessa forma, o sedã derivado do Gol vai sair de linha até dezembro sem deixar um sucessor. Entretanto, esta não será a primeira vez que o Voyage sai de produção no País.

Tal como conta a história, o compacto teve um hiato entre a primeira e a segunda gerações. Ele surgiu em 1981, logo depois da primeira geração do Gol estrear no Brasil, em 1980. E durou quase o mesmo que o irmão hatch, permanecendo em linha até 1995, já como linha 1996. Depois disso, o sedã de entrada da marca alemã só retornou ao mercado em setembro de 2008, já sobre a “quinta” geração do Gol, que passou a usar a base PQ24 do Fox e do Polo.

VW Voyage
Luiz Alberto Veiga/Instagram

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O que não se sabia é que a Volkswagen criou um novo Voyage em meados dos anos 1990 sobre a segunda geração do Gol. O projeto original da segunda geração tinha as mesmas formas arredondadas que rendem até hoje o popular apelido de “Gol bolinha” ao hatchback. Pois o ex-chefe de design da Volkswagen do Brasil, Luiz Alberto Veiga, publicou imagens do modelo em clay (argila), que, segundo ele, foi “muito polêmico”.

O Voyage que nunca nasceu

Conforme relata Luiz Veiga, o projeto do Voyage de geração II foi feito sem conhecimento do designer-chefe do Grupo Volkswagen na época, Hartmut Warkuss. Assim, foi “interditado” por ele logo após chegar para apresentação na Alemanha. Na ocasião, Veiga estava morando na terra natal da montadora. “Depois de dispensar meu chefe, ele pediu para que eu tocasse o projeto, já que eu estava morando na Alemanha naquela época”, lembra.

VW Voyage
Luiz Alberto Veiga/Instagram

O novo Voyage, então, continuou em desenvolvimento e, segundo Veiga, “ficou ótimo”. O problema é que o Chairman da VW na época, o espanhol José López, “por ser contrariado, decidiu trazer o Polo Classic em seu lugar”. O fim da história já sabemos: o sedã irmão do Gol bolinha não ganhou produção, e o Voyage ficou 12 anos fora do mercado. Entretanto, para Veiga, o saldo foi positivo: Warkuss o mandou de volta ao Brasil como gerente de design.

VW
Volkswagen/Divulgação

Despedida até dezembro

Depois que voltou ao mercado, em 2008, o Volkswagen Voyage conquistou bons números de vendas. Entretanto, nos últimos anos, já desgastado pelo tempo, o sedã não rende mais como antes. Além disso, desde o início da pandemia, ficou muito caro com a disparada dos preços dos carros novos. Ou seja, já não oferece mais a boa relação custo/benefício que marcou o modelo ao longo dos últimos 14 anos. Por tudo isso, o Voyage sairá de linha.


Para o seu lugar, o mais provável é que a marca alemã crie uma versão mais barata do Virtus, tal como será feito com o Polo Track. A nova versão de entrada do hatch compacto vai substituir o Gol como o carro de entrada da VW a partir de janeiro de 2023. Dessa forma, será muito natural que a Volkswagen crie um “Virtus Track” no futuro. Entretanto, o modelo não terá o nome do tradicional sedã que estreou há 41 anos no Brasil.

VW Kombi
Luiz Alberto Veiga/Instagram

Outros casos revelados por Veiga

A história sobre a segunda geração do VW Voyage é o terceiro caso emblemático revelado por Luiz Alberto Veiga em sua conta do Instagram. O ex-chefe de design da Volkswagen primeiro trouxe imagens de projetos para reestilização da antiga Kombi. Sem dizer quando, ele mostra duas possibilidades de atualização para o visual clássico da van, que foram recusadas pelo board da empresa na Alemanha. Depois, Veiga revelou uma proposta de facelift do Golf no Brasil, que ficou tão interessante que a direção da montadora mandou destruir.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.