Um levantamento da Elev, startup de mobilidade, traz os números atuais dos carregadores públicos e semipúblicos para carros elétricos e híbridos plug-in no Brasil. Ao todo, já são 1.300 pontos de recarga no País. A cidade de São Paulo se destaca com 445 pontos – ou seja, 34% dos eletropostos. Além disso, o crescimento de julho para agosto deste ano foi de 11,25%. O aumento faz sentindo, afinal, o segmento de veículos eletrificados acumula recordes.
Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o País superou a marca dos 100 mil carros eletrificados em circulação em julho. Só neste mês, emplacou 4.703 veículos do tipo. No semestre, são 20.427 unidades. Entretanto, o foco vai para os carros elétricos que, nos primeiros seis meses, venderam 3.395 unidades – 19% acima do total de BEVs vendidos em 2021. E o primeiro nesse ranking foi o Volvo XC40, com 629 unidades.
Mas, embora a frota de eletrificados esteja crescente, vale ressaltar que o Brasil está longe de ter a quantidade ideal de carregadores públicos. Para o diretor da Elev, Ricardo David, ainda falta um investimento estrutural importante.
“Tivemos um crescimento importante no número de postos na principal capital do país, São Paulo. Ao mesmo tempo, o número é baixo quando consideramos outras grandes capitais, como é o caso de Oslo, na Noruega, onde os postos de gasolina estão se convertendo em eletropostos. Ainda são necessários mais investimentos no Brasil”, afirmou.
Estações de carga rápida ainda são raras
Nesse caminho, outras soluções vêm surgindo desde 2021. A Shell, por exemplo, inaugurou recentemente o primeiro eletroposto de carga rápida para carros elétricos em São Paulo. Com potência de 50 kW, a estação fica em uma unidade localizada na zona Norte, às margens da Marginal do Tietê, uma das vias mais movimentadas da capital.
Mas, diferente das demais estações de recarga disponíveis em locais públicos e estabelecimentos, como estacionamentos, mercados e shoppings, este eletroposto cobra pela recarga. Já disponível para uso pelos clientes, o carregador de alta potência cobra tarifa de R$ 1,90 por kWh. Assim, permite fazer a recarga completa de um veículo elétrico com bateria de 40 kWh por R$ 78. Segundo a Raízen, empresa licenciada da Shell no Brasil, o custo é 50% menor na comparação com os combustíveis tradicionais, como diesel, gasolina e etanol.
Great Wall vai investir em rede de carregadores
Quem pretende investir nesse segmento é a chinesa Great Wall Motors. A montadora ainda não vende seus carros elétricos e híbridos no Brasil, mas prepara sua estreia no País. Por isso, anunciou em março que vai investir na criação de estações de recarga para carros eletrificados. Inicialmente, serão 100 pontos no estado de São Paulo e principais cidades.
De acordo com a GWM, a rede de carregamento terá energia limpa. Dessa forma, é provável que a montadora instale placas fotovoltaicas nas infraestruturas. Além disso, o uso dos carregadores será gratuito para modelos de qualquer fabricante nos locais de vendas e serviços. A previsão é de que todos estejam funcionando em 2023.
Vale dizer que os carregadores também serão instalados em pontos estratégicos, como, por exemplo, supermercados, estacionamentos e shoppings. A iniciativa, segundo a marca chinesa, ocorrerá por ação direta, mas também por meio de parcerias. Em um segundo momento, esses pontos de recarga chegarão em outros estados do País.