Nos próximos dias, a Honda começa a entregar a nova geração do HR-V. De início, o SUV virá somente nas versões de entrada, com o motor 1.5 flex de 126 cv da linha City. A ideia é prezar pelo baixo consumo, mas sem abrir mão de conteúdos modernos. É o caso, por exemplo, do pacote Sensing, que reúne sistemas semiautônomos de segurança, como frenagem automática de emergência e assistente de manutenção de faixa. A versão básica EX parte de R$ 142.500.
Com o novo HR-V, a Honda espera voltar à disputa pela liderança da categoria. Os executivos preferem não falar em expectativas, entretanto, disseram que, desde 2 de agosto (quando abriu a pré-venda), a montadora já vendeu mais de 3.000 unidades do SUV.
A Honda aposta na versão EXL (que você vê nesta página) como carro-chefe. Sua tabela é de R$ 149.900. E, para encarar concorrentes como Jeep Renegade Longitude (R$ 144.435), Hyundai Creta Platinum (R$ 145.990) e Nissan Kicks Exclusive Pack Tech (R$ 143.010), por exemplo, a marca aposta na vasta lista de equipamentos.
Tal como dissemos, o SUV compacto da Honda chega com o Honda Sensing em todas as versões de acabamento. Tem controle de velocidade adaptativo com frenagem automática, além disso, o carro detecta as faixas de rodagem e ajusta o volante – se as faixas forem bem pintadas, evidentemente. Mas nada de ficar com as mãos longe do volante por muito tempo. Caso o faça, o carro emite alerta ao motorista, pedindo que reassuma a direção.
Outra tecnologia que vale destaque no HRV EXL é o sistema AHB, de ajuste automático de farol alto (na tradução das letrinhas). Assim, controla o facho de luz quando percebe outro veículo à frente, seja na mesma direção ou na pista oposta.
Novo HR-V tem menos fôlego
Para justificar os preços mais altos que na geração anterior, a Honda precisou encontrar uma solução que não deixasse o HR-V “pelado”. Assim, aposta em um motor mais fraco, sem turbo, porém mais econômico. Trata-se do 1.5 DI i-VTEC flex de injeção direta. Ele substitui o 1.8 aspirado da antiga geração. Ou seja, o SUV feito em Itirapina (SP) tem os mesmos números de desempenho da linha City (hatch e sedã). São 126 cv de potência a 6.200 rpm (com gasolina ou etanol), e torque máximo de 15,8 mkgf aos mesmos 4.600 rpm – são 15,5 mkgf com o combustível fóssil.
Isso, evidentemente, compromete o desempenho. Afinal, enquanto o City hatch pesa 1.177 kg, o HR-V é 132 kg mais pesado (tem 1.309 kg em ordem de marcha). Com isso, e com o compasso do câmbio CVT que simula sete marchas, as acelerações e retomadas de velocidade são um pouco mais morosas que na geração anterior com motor 1.8 flex.
As trocas simuladas do câmbio não acompanham o que o motor entrega e, nessa hora, mesmo recorrendo ao uso dos paddle-shifts no volante (para trocas manuais), a direção não empolga. Sem contar que o ruído do motor é percebido na cabine conforme os giros do motor sobem, apesar do bom isolamento acústico.
SUV está mais econômico
Entretanto, o motor garante boa performance no uso urbano e também quando embala, na estrada. Por essas e outras, o SUV vai bem nos números do Inmetro. Com etanol no tanque, faz 8,8 km/l (cidade) e 9,8 km/l (estrada). Já com gasolina, faz médias de 12,7 km/l e 13,9 km/l, respectivamente. Mas cabe dizer que no test-drive – que foi da capital paulista até Itatiba, no interior – o SUV surpreendeu e marcou 17 km/l de consumo no computador de bordo.
Ao volante, a direção com assistência elétrica é bem direta. Também fica fácil manobrar o carro, de 4,33 metros de comprimento. Nessa hora, aliás, conta com itens como câmera de ré e sensores de obstáculos traseiros. O ajuste de suspensão, por sua vez, garante bom comportamento tanto em pista asfaltada quanto em ruas de terra batida. Não pula, não transfere as irregularidades do solo aos ocupantes e tampouco causa desconforto.
Cabine leva cinco adultos
Por falar nisso, os cinco ocupantes ficam bem acomodados no espaço construído pela Honda dentro de 2,61 metros de entre-eixos. Mesmo os passageiros do banco traseiro têm ótimos vãos para pernas e cabeças, por exemplo. À primeira vista, o teto inclinado, que dá aquele ar de cupê, parece interferir na cabine. Mas só deixou o carro com mais personalidade.
Entretanto, se não rouba espaço dos ocupantes, o novo Honda HR-V tem 83 litros a menos no porta-malas. O compartimento, que tinha 437 litros, agora tem volume de 354 litros. Ao menos ele mantém os bancos modulares (Magic Seat), que permitem ajuste em várias configurações. O modo Utility, por exemplo, amplia o bagageiro para até 1.348 litros.
Funcionalidade em alta
Mas vamos ao que o consumidor mais preza hoje em dia, que é a vida a bordo. Para começar, destaca-se a central multimídia de 8″ que fica no centro do painel. O formato de TV de tubo dá um ar antigo ao equipamento. Mas a tela tem comandos bem espertos, bom gráfico e diversas funcionalidades, como câmera de ré com diferentes ângulos, por exemplo.
A multimídia também tem espelhamento sem fio com as plataformas Android Auto e Apple CarPlay. Mas, por ora, deve conexão com a internet nas versões de entrada. O serviço de conectividade da marca, chamado de myHonda Connect, por enquanto virá somente nas versões com motor 1.5 turbo, que chegam às lojas em outubro.
Outro equipamento que faz falta na versão EXL é o carregamento de celular sem fio (por indução). Contudo, a cabine tem modernidades, como freio de estacionamento eletrônico e partida do motor acionados por botão, além de quatro entradas USB e ar-condicionado digital e automático com saídas traseiras. Atrás, há apoio de braços com porta-copos.
De volta ao painel, um dos pontos que chama a atenção – além do acabamento bem feito – é o conceito minimalista. Há poucos botões. No mais, tem quadro de instrumentos com tela TFT de 4,2″, bancos e volante revestidos com couro, travamento automático de portas, vidros com comando elétrico com função “um toque” (subida e descida), bem como coluna de direção com ajuste de altura e profundidade. Resta saber se o novo HR-V terá fôlego diante de rivais como Jeep Renegade e Hyundai Creta, que trazem mais itens e usam motores turbo flex.