No início de 2022, a Nissan reestilizou a Frontier, que vem importada da Argentina. Com o facelift, a picape média recebeu uma bela reforma no visual e ficou bem mais moderna e “parruda”. Visualmente, destaque para os novos faróis full LEDs que trazem quatro projetores no interior da lentes. Além disso, ganhou nova grade com contorno cromado melhora a ventilação do motor 2.3 biturbo e deixa a frente da picape ainda mais bruta.
O Jornal do Carro avaliou a versão Platinum, que é a intermediária de topo – abaixo apenas da PRO-4X, a mais cara da linha. A opção tem estilo mais limpo e “urbano”, embora a picape tenha tração 4×4 com reduzida e ajustes eletrônicos. Com o investimento feito em 2021 na fábrica de Santa Isabel, em Córdoba, a Nissan ampliou a capacidade de produção. O plano é encostar na líder Toyota Hilux e nas rivais Chevrolet S10, Ford Ranger e Mitsubishi L200 Triton Sport.
Entretanto, a missão da Frontier não está fácil. No acumulado de janeiro até agosto de 2022, a picape da Nissan ocupa a 5ª colocação, com 5.340 emplacamentos – a renovação veio em abril. Ou seja, vendeu até agora quase seis vezes menos que a Hilux, com 29.644 unidades desde janeiro, e está muito atrás da S10, com 18.319 modelos entregues neste ano. Tem ainda a L200, com 10.320 exemplares, e a Ranger, com 8.694 vendas no período.
Frontier evolui por dentro
A Frontier Platinum tem preço sugerido de R$ 323.890, mas, com a pintura azul metálica, tal como no vídeo do canal do Jornal do Carro, o preço sobe para R$ 325.840. Ou seja, já encareceu desde o lançamento, quando chegou por R$ 317.790. Nesta configuração, traz o motor 2.3 biturbo a diesel de 190 cv de potência e 45,9 mkgf de torque a 1.500 rpm. O câmbio é automático de sete marchas, com 4×4 e reduzida.
Em nossa avaliação, a Frontier cumpriu o que se espera de uma picape média. As respostas ao acelerador são rápidas e fortes, e a posição de dirigir é bastante elevada. Por causa da suspensão e do centro de gravidade mais altos, a picape chega a empinar levemente a dianteira quando se acelera mais forte. Da mesma forma, entrega sensação de robustez ao rodar e visão ampla da via. A bordo, a novidade é que está mais próxima de um SUV.
Picape aposta agora no conteúdo
Nesta reestilização, a Frontier ganhou equipamentos muito interessantes, que deixaram a picape mais moderna. O volante tem o mesmo cubo e botões iguais do sedã Versa e do SUV Kicks. Entretanto, tem o aro circular (sem a base reta) e de maior diâmetro, que dá uma empunhadura mais adequada. E tem o display HD de 7 polegadas no quadro de instrumentos entre o velocímetro e o conta-giros, e dá um ar moderno.
Outro equipamento a se destacar é a multimídia de 8 polegadas. Ela oferece conexão (por cabo) com Android Auto e Apple Carplay, é rápida e fácil de operar e tem botões físicos para ajustar, por exemplo, rádio e volume. Logo abaixo tem os comandos do ar-condicionado de duas zonas. Por fim, mais perto do câmbio ficam o seletor da tração, com modos 4×2 (traseira), 4×4 e reduzida, e o botão para escolher os modos de condução.
800 km de autonomia
O motor 2.3 biturbo diesel entrega também bons números de consumo. São 9,1 km/l na cidade e média de 11 km/l na estrada, o que dá uma autonomia de 803 km com o tanque de 73 litros. Ou seja, em uma viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro, por exemplo, a Frontier gasta pouco mais de um tanque. Por questões ecológicas, a picape tem o sistema de Arla 32 para o pós-tratamento dos gases de escape. Assim, está habilitada ao Proconve L7.
A Frontier também se revela interessante nas capacidades. Por exemplo, a caçamba está ligeiramente mais alta após a reestilização e o compartimento tem um volume generoso de 1.054 litros. Já a sua capacidade de carga é de uma tonelada, ou seja, na média das picapes médias. Uma novidade legal é o degrau no para-choques que facilita o acesso à caçamba. Outro ponto positivo é a tampa, com abertura leve e suave.
Robusta de eletrônica
Um mudança notável na nova Nissan Frontier é a eletrônica. A picape agora vem recheada de recursos interessantes e de fácil utilização, como é o caso do programa de condução com quatro modos. Há o padrão (Standard), o Sport, o Off-road (apenas com o 4×4 acionado) e o modo Tow, para uso específico com engates ou quando a picape estiver com a carga máxima. Para o fora-de-estrada, tem o controle de descida, que ajudar a encarar rampas mais íngremes.
Mas o destaque nesta reestilização é a segurança mais avançada. A picape da Nissan agora tem vários recursos semiautônomos que funcionam com auxílio de um radar de longo alcance e uma câmera frontal. Entre eles, há alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, monitor de ponto cego nos retrovisores, controle automático do farol alto e alerta de tráfego cruzado em manobras de ré. Tem ainda sistema de câmeras 360º e alerta de saída de faixa.
O pacote Nissan Safety Shield só não entrega o controle de cruzeiro adaptativo (ACC). Mas a lista da versão Platinum é completa, com seis airbags, controles de estabilidade e de tração, ABS e ancoragem Isofix para cadeirinhas infantis. Os faróis Full LEDS melhoraram entre 20% e 30% a iluminação noturna. E, por dentro, os bancos são forrados com couro, a chave é presencial, com acionamento do motor por botão, e as novas portas USB têm carregamento rápido.
Vale a compra?
Com preço de R$ 325 mil, a Nissan Frontier sem dúvida encareceu na medida em que evoluiu. A picape ganhou, por exemplo, freio a disco nas quatro rodas, o que faz a diferença em frenagens mais fortes. Além disso, foi feito um reforço no isolamento acústico. E ficou nítido a bordo da Frontier 2023 em movimento. Pouco se ouve o motor 2.3 biturbo ou mesmo ruídos aerodinâmicos (com os novos retrovisores). Até o isolamento da caixa das rodas está melhor.
A marca ajustou também a suspensão, buscando reforçar a estabilidade e a maciez do conjunto. Só o acabamento que não mudou muito e não encanta, com plásticos duros. Com 5,26 metros de comprimento, a Frontier não é tão prática para a cidade. Mas com as tecnologias adicionadas, a Nissan Frontier sobe de nível, melhora o conforto e inova com recursos avançados de segurança. E ainda tem a veia 4×4 e teto solar, uma exclusividade na categoria.
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