Para ir com menos frequência aos postos de combustíveis e, de quebra, ajudar o meio ambiente, o consumidor brasileiro tem procurado com maior frequência o carro híbrido. Mas, como nem todo mundo pode pagar os preços cobrados atualmente pelas fabricantes, há alguns modelos de segunda mão como opção no mercado de seminovos.
Vários sites de vendas online registraram aumento na procura por carros eletrificados em 2022. No Mercado Livre, por exemplo, a alta nas buscas por elétricos e híbridos usados em 2022 foi de 39%. Os dados referem-se à comparação do acumulado entre janeiro e outubro deste ano com o mesmo período do ano passado. Ao Jornal do Carro, a plataforma informou que o híbrido seminovo mais buscado neste período foi o Toyota Corolla sedã.
Para se ter ideia, pelo Corolla Altis Hybrid, a Toyota pede R$ 182.090 (ou R$ 191.790 no modelo com pacote Premium Pack). No entanto, para quem não faz questão do 0-km, uma busca rápida na internet permite encontrar exemplares seminovos (menos de 3 anos de uso) por média de R$ 150 mil. Mas essa economia de quase R$ 50 mil exige cuidados. Do contrário, o bom negócio pode cair por terra, afinal, é preciso investigar as condições do veículo.
Alguns cuidados são de praxe em modelos puramente a combustão, como fugir de fraudes e armadilhas ao financiar, ou verificar o motor, por exemplo. Se possível, vale levar a um mecânico de confiança ou especialista, checar o histórico geral e, da mesma forma, ver se o veículo passou por todas as revisões e como está a sua aparência.
Baterias
Um item fundamental é a quilometragem do carro híbrido. Afinal, quanto mais rodado, mais curta fica a vida útil das baterias. Em geral, o componente tem 8 anos de garantia. Após esse período, ele não para de funcionar, mas pode perder parte da sua capacidade de armazenamento. “Depois de muitos anos de uso, é possível perceber que a bateria perde um pouco da capacidade de operação”, pontua Wanderlei Marinho da Silva, engenheiro elétrico, doutor e professor nos cursos de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
Cronograma completo
O cronograma de revisões é outro ponto crucial na hora de avaliar um seminovo híbrido. Quando os serviços foram feitos nas concessionárias e dentro dos prazos, sabe-se que o procedimento foi feito por especialistas. Isso mantém a garantia original para os conjuntos híbridos. Inclusive, empresas como a Osten Group, por exemplo, vendem garantia extra.
Outro ponto é o laudo veicular emitido por oficinas credenciadas, que atesta se o carro passou por avarias. “Não deixe de exigir um laudo da concessionária”, recomenda Tarcísio Alves, gestor de inovação e eletrificação da Osten Group. Alves explica que é a partir deste documento que o futuro proprietário poderá entender o histórico do carro e, assim, constatar problemas.
Ainda no pós-vendas
Por falar nisso, é fundamental entender se há ampla rede de assistência técnica, com locais de fácil acesso que garantam a manutenção correta desse tipo de veículo. Afinal, nem todo mecânico tem currículo para mexer em um carro híbrido, que pode precisar de cuidados não só no motor a combustão, mas também no sistema elétrico (pode ter mais de um) e nas baterias.
Outra dica importante é entender se há política de reposição de peças. Bem como se a cobertura da garantia pode ser transferida para um novo dono.
Especialistas afirmam que é preciso verificar se o nível de carga da bateria se equipara à autonomia declarada pela fabricante. Em linhas gerais, caso as baterias estejam com carga cheia e marcando autonomia irrisória, desconfie. Com o carro ligado, verifique também as luzes do quadro de instrumentos, assim como a exibição do funcionamento do sistema.
Tomada e outros detalhes
No caso de modelos híbridos plug-in, é necessário verificar o bocal da tomada – como está o estado físico e o funcionamento. “Veja também se o seu imóvel está preparado para receber um veículo recarregável, com tomada aterrada”, recomenda Alves.
Se não tiver, o comprador deve procurar uma empresa especializada na instalação do equipamento. Em média, um carregador de parede doméstico (Wallbox) custa a partir de R$ 5.000. Contudo, quem mora em prédio ou condomínio terá de consultar a administração para saber se é possível instalar um carregador e como será feita a medição da energia. Afinal, os vizinhos não vão querer dividir a despesa pela recarga das baterias.