A Svolt, empresa que pertence à chinesa Great Wall Motors, apresentou uma nova bateria na terceira edição do evento anual Battery Day. Para baratear o componente e driblar o fantasma dos altos preços dos veículos elétricos – que ainda afastam clientes -, a empresa divulgou a produção de baterias com alta densidade de energia e alcance estimado de 800 km, 900 km e 1.000 km – cada uma com suas próprias características. A produção começa já em 2023.
De acordo com Yang Hongxin, presidente e CEO da Svolt, as novidades – chamadas de Dragon Armor Battery – consistem numa grande evolução em termos de desempenho e segurança. “As baterias Dragon Armor serão usadas em vários modelos no próximo ano, incluindo um SUV e um cupê que entrarão em produção em massa a partir de outubro”, destacou, sem mais detalhes.
Para se ter ideia, as células NCM, que atingem alta densidade energética e volumétrica, permitirá oferecer carros com mais de 1.000 km de autonomia, afirma a fabricante. Além do alcance, o produto promete carregamento ultrarrápido. Entretanto, a Svolt não fez revelações sobre tempo.
No portfólio de novidades, tem também uma bateria que dispensa o cobalto e, ainda assim, permitirá aos veículos até 900 quilômetros de alcance. Tem, na química, fosfato de ferro e lítio e manganês (LMFP). A solução, a princípio, ajuda a reduzir o custo total em 9,5% na comparação à NCM. Tem promessa de chegar ao mercado em 2024.
LFP e mais de 800 km
As células lítio-ferro-fosfato (LFP) também fazem parte da gama de baterias apresentadas pela Svolt. Trata-se de uma alternativa pensada para modelos de entrada ou que necessitem de baratear o seu preço. Desse modo, prometem mais de 800 km de autonomia. Algo surpreendente, afinal, esse tipo de produto tem densidade energética mais baixa do que as baterias tradicionais, de íons de lítio.
Para conseguir tais resultados, todavia, informações apontam que a bateria foi projetada com tecnologias como células de lâmina curta e um novo arranjo de elementos internos. Assim, gera melhor controle da temperatura e fluxo de energia durante os ciclos de carregamento e descarga. Outro ponto importante: o peso ficou entre 10 kg e 20 kg mais leve por módulo. Isso, graças a redução de 20% dos componentes estruturais. Por fim, a empresa disse que o novo design (como na Blade Battery, da BYD) pode lidar melhor com a fuga térmica das células.
Durante o evento, que aponta as novas tecnologias e detalha o que foi feito ao longo do ano, a empresa também divulgou seu plano de expansão. Nele, há projeções de construir duas fábricas de baterias na Alemanha. O início das atividades fica previsto para até 2025. A capacidade inicial da primeira planta (que já começa a operar em 2024, em Brandemburgo), contudo, é de 16 GWh.