Com as recentes mudanças na lei brasileira, o insulfilm voltou a ser assunto no mercado. Aliás, películas automotivas, porque “Insulfilm” é o nome de um fabricante do produto. Pois bem, depois da reportagem sobre o que pode render multa, agora trazemos a parte prática de aplicação, troca, os tipos de películas e os custos. O Jornal do Carro conversou com empresas do ramo para entender como proceder e os valores da aplicação.
Atualmente, o interessado em aplicar películas nos vidros do carro procura algo além da segurança. Pode ser, por exemplo, para a redução de calor a bordo, para a proteção contra raios solares ou mesmo por diversos fatores – como câncer de pele. Tem a estética do veículo. Mas, para começar, importante verificar a situação das películas que já estão instaladas nos vidros. Em alguns casos, recomenda-se fazer a troca a cada cinco anos.
É lei!
Vale ficar atento à lei. De acordo com a Resolução 989/2022 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em vigor desde o dia 2 de janeiro, a transparência mínima exigida no vidro do para-brisas e nos laterais dianteiros passou de 75% para 70%. Entretanto, nos demais vidros (laterais traseiros e vigia), não há mais o limite mínimo de 28%.
A fiscalização e a punição em caso de irregularidade fica a cargo da Polícia Militar dos Estados e do Distrito Federal. Portanto, quem for pego fora da lei comete infração grave. Conforme determina o artigo 230 do CTB, o infrator está sujeito à multa de R$ 195,23 e cinco pontos na CNH. Além disso, o veículo pode ficar retido se não for possível retirar o insulfilm no local.
Aplicação e custos
Em relação à aplicação do insulfilm, muitas empresas preferem não abrir custos. Afinal, o produto dolarizado fica com preços flutuantes. Fora que cada carro tem um valor, pois tudo depende da área envidraçada. Quanto maior o carro, mais trabalho, e maior o preço.
Ainda assim, várias empresas declaram valores. Na Vô Film’s, localizada na Zona Sul da capital paulista, a aplicação tem custo mínimo de R$ 199,90 para películas básicas em carros populares, como Fiat Mobi e Renault Kwid, por exemplo. Mas, de acordo com Rodrigo Ranea Andrade, proprietário da empresa e técnico especialista em produto e aplicação, os preços chegam a R$ 3.500 em veículos como o Jeep Commander, um SUV de sete lugares.
Em relação ao tempo de serviço, Andrade conta que a aplicação da película dura, em média, duas horas. Entretanto, no caso de remoção + aplicação, o tempo sobe para 2h30. A Vô Film’s, inclusive, não cobra pela remoção, exceto se for uma película antivandalismo. Neste caso, que tem uma exigência técnica maior, a remoção custa R$ 150.
Tonalidade, qualidade e espessura
De acordo com os especialistas da área, não é só a quantidade de vidros do veículo que difere o valor do trabalho. Leva-se em consideração, também, as tonalidades (conhecidas como G5, G20, G35, G50 e G70) do insulfilm, bem como os tipos de película existentes no mercado, que variam ainda em qualidade, espessura e marca. Por exemplo, existem desde as econômicas até as películas antivandalismo, que são mais resistentes e protegem melhor os vidros.
Tem ainda as películas de carbono e cerâmica. De acordo com a empresa Blackout Insulfilme, que fica em Minas Gerais (MG), o produto feito de cerâmica tem a mais alta qualidade do mercado, pois não contém metal ou corante. “Em vez disso, utiliza partículas de cerâmica que são não metálicas e não condutoras. Este filme não bloqueia os sinais de celular de telefones, sistemas GPS e rádios”, explica a página da empresa. Por isso, tem preço mais caro.
Representantes da Blackout Insulfilme explicaram ao Jornal do Carro que os valores de aplicação para película básica, de poliéster (com redução de calor de até 39% na cabine, e de 99% de raios ultravioleta) ficam em torno de R$ 280 para um carro popular de quatro portas. Já as películas de cerâmica (redução de calor de até 72%) custam R$ 420. Por fim, as de Nanocerâmica (reduzem até 89% o calor) começam em R$ 690 e tem garantia vitalícia. A sua aplicação no para-brisas é paga à parte e a sua posterior remoção custa R$ 100.
Passo a passo
Apesar de exigir técnica, a aplicação de películas nos veículos é um serviço simples. A princípio, usa-se um soprador térmico para amolecer a cola do material. Na sequência, os cantos devem ser retirados. Por fim, é só puxar a película. Mas o processo requer cuidados. O excesso de cola é retirado com produtos específicos e lâmina especial que não arranha os vidros. Na sequência, os profissionais limpam as superfícies para fazer a aplicação.
O ideal é não tentar fazer o procedimento em casa com secadores de cabelos, lâminas e outros produtos, como álcool. Afinal, a má utilização das ferramentas e produtos pode provocar acidentes e riscar os vidros. É como diz o ditado: “o barato sai caro”.