A nova Chevrolet Montana chegou em fevereiro deste ano e, desde então, despontou nas vendas. No acumulado de 2023 até junho, já soma mais de 15 mil unidades. Assim, começa a fisgar clientes de outras picapes compactas rivais, como, por exemplo, Fiat Toro e Strada, e Renault Oroch. A nova Montana mexeu até dentro de casa, afinal, de acordo com a General Motors, tem quem deixe de levar o SUV Tracker para comprar a picape.
Para continuar a crescer nas vendas, a Chevrolet Montana acaba de ganhar a linha 2024. E, com ela, a inédita versão RS, que chega como a configuração topo de linha, com preço de R$ 151.890 – ou seja, é R$ 3.000 mais cara que a linha 2024 da versão Premier.
“Nesses seis meses de vendas, nosso balanço é super positivo, afinal, a Montana mesmo sem ter um concorrente direto, puxou clientes de todos os lados”, afirma Gabriel Alabarce, gerente de marketing de produto da Chevrolet. O executivo faz referência à Strada, que é menor, e à Toro, que é maior e tem atributos como, por exemplo, opção a diesel e tração 4×4 nas versões mais caras. O executivo estima que 15% do mix total seja da nova versão RS.
Visual incrementado
Para chamar a clientela, a Chevrolet Montana RS, que já está nas lojas, oferece como principais destaques – a exemplo das versões de Onix, Tracker, Cruze e Equinox – detalhes nas cores preta e vermelha. A princípio, trata-se da busca por mais “ousadia e personalidade”, como os executivos da GM destacam. A grade tem formato colmeia e acabamento preto brilhante. O friso cromado também é mais escuro. O tom negro reveste retrovisores, rack de teto, santantônio, rodas de 17″ com acabamento diamantado, bem como os logotipos da Chevrolet.
Atrás, apenas a inscrição RS, colada do lado direito da barra que atravessa a tampa da caçamba. A exemplo da versão Premier, o modelo tem faróis full LEDs com máscaras negras e acendimento automático. Há quatro cores para a carroceria: cinza Rush (novidade na linha 2024), além dos tons branco Summit, vermelho Chili e preto Ouro Negro.
Interior e itens de série
Do lado de dentro, a picape tem revestimento preto com costuras vermelhas tanto no volante (multifuncional e com regulagens de altura e profundidade) quanto no painel, bancos e descansa braço central. Tem, ainda, acabamento preto brilhante no volante, dutos de ventilação e no console central. Os bancos são revestidos com couro.
Na lista de série, a Montana RS tem ar-condicionado digital, sensor de obstáculos traseiro, câmera de ré e seis airbags (frontais, laterais e de cortina). Ademais, vem com alerta de ponto cego, entre os itens de segurança ativa.
Destaque, ainda, para a central multimídia MyLink com tela de 8 polegadas e espelhamento sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. Dentre as tecnologias, tem OnStar, Wi-Fi nativo e bluetooth para até dois smartphones simultaneamente. Sistema de atualização remota e App que controla, via smartphone, as funções do veículo à distância também estão no pacote. Por fim, carregamento por indução e chave presencial.
O computador de bordo, a princípio, é exibido em uma tela em TFT (preto e branco) no centro do quadro de instrumentos – que é analógico. Câmera traseira, entradas USB para os ocupantes da frente e de trás, partida por botão, controle de velocidade de cruzeiro, tampa traseira com abertura por botão elétrico e direção com assistência elétrica progressiva também fazem parte da gama de equipamentos da Montana RS.
Motor não muda
Tal como reportamos no Jornal do Carro, a Montana RS tem o mesmo motor 1.2 turbo flex de até 133 cv – com etanol no tanque. O câmbio é automático de seis marchas com tração dianteira. De acordo com dados da GM, a Montana RS acelera de zero a 100 km/h em 10,1 segundos. E alcança velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 180 km/h.
Na prática, a picape que leva o mesmo três-cilindros turbo das versões de topo do SUV Tracker e da linha Onix (hatch e sedã) tem bom fôlego. Durante cerca de 40 km ao volante do modelo da Chevrolet (sempre em trecho rodoviário), deu para notar o bom comportamento do conjunto de suspensões. Nem tão rígida, nem tão molenga. O isolamento acústico, em síntese, não abafa 100% do ruído externo. Não é ruim, mas também não é um primor.
Com 21,4 mkgf de torque, a breves 2.100 rpm, o modelo responde bem à demanda por aceleração. Entretanto, o conjunto motor e câmbio não casam tão bem. A caixa automática de seis marchas titubeia em determinados momentos, principalmente, quando se afunda o pé no pedal da direita, como em ultrapassagens, por exemplo.
Em relação a consumo, nada muda na comparação com a Premier. De acordo com dados do Inmetro, a nova Montana pode rodar 7,7 km/l de etanol na cidade e 9,3 km/l na estrada. Com gasolina, respectivamente, 11,1 km/l e 13,3 km/l. Durante nosso test-drive, entretanto, o computador de bordo marcava 12,2 km/l. Cabe lembrar que, em medidas, a Montana tem 4,72 metros de comprimento, 1,80 m de largura e 2,80 m de distância entre-eixos. Na caçamba – que tem tampa com recurso de alívio de peso na subia e descida -, cabem, por fim, 800 litros.