Atualmente, o preço médio do carro 0-km no Brasil é de R$ 140.134. Ou seja, praticamente o dobro do valor do Renault Kwid, carro mais barato do País que parte de R$ 69.990. Os números são do estudo da consultoria Jato Dynamics, que aponta para um aumento de 7,1% nos preços dos carros novos em apenas um ano. Afinal, em 2022, o ticket médio era de RR$ 130.851.
No entanto, esse não foi o maior registro de aumento nos preços de carros 0-km que o mercado brasileiro já viu. Em 2020, por exemplo, com o estouro da pandemia da Covid-19, a alta nos valores dos veículos foi de 13%. Logo em seguida, houve uma intensificação na crise dos chips, que afetou a produção de diversos veículos no mundo, bem como paralisou fábricas no Brasil. Na época, o brasileiro viu os preços subirem uma média de 29,6%. A mais alta já registrada no País.
Com esse aumento expressivo, o termo “carro popular” se perdeu e muitos consumidores começaram a apostar em modelos seminovos e usados. Estes, aliás, que também valorizaram devido ao aumento nos preços dos modelos novos. Por fim, em 2022, ainda com o reflexo forte da pandemia, os preços subiram cerca de 16,9%. Ou seja, tudo indica que está havendo uma desaceleração no preço médio dos carros no Brasil.
Aumento no preço foi drástico
Seja como for, a situação é alarmante. Afinal, o salto dos preços dos automóveis e comerciais leves nos últimos cinco anos é assustadora. Em 2019, por exemplo, período pré-pandêmico, o aumento de 2,8%. Assim, o ticket médio era de R$ 74.650. Quando comparado com os números de 2023, a Jato confirma que o valor médio do carro novo no Brasil aumentou em 89,8% em apenas cinco anos.
A consultoria explica que esse salto ocorreu por diversos motivos. Além da pandemia, as marcas apostaram em modelos com maior valor agregado e mais tecnologia. No mais, houve também novas regulamentações de emissões e segurança no País. No entanto, um dos principais motivos é a desvalorização da moeda.
“Aumentos de preços na indústria automotiva também foram observados em todo o mundo no período pós-pandemia, mas de uma forma mais substancial e abrupta no Brasil, decorrente da alta desvalorização de nossa moeda até o ano de 2022. A falta de semicondutores direcionaram as vendas para os veículos de valor agregado superior, elevando o ticket médio”, explicou o consultor da Jato, Milad Kalume Neto.
Mercado em queda
Esse salto significativo se reflete no desempenho do mercado automotivo brasileiro, que está em queda. No mês de setembro, por exemplo, o Brasil registrou 187.433 emplacamentos entre veículos de passeio e comerciais leves. Ou seja, sofreu um recuo de 4,80%. A queda, aliás, só não foi mais brusca que a do mês de agosto, quando o mercado caiu 8,73% após a onda de descontos para o “carro popular”.
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