Após anos de polêmicas envolvendo o sistema Autopilot, de condução semiautônoma, a Tesla enfim convocou um recall para corrigir falhas no sistema. O chamado envolve nada menos que 2 milhões de carros elétricos da marca do bilionário Elon Musk, todos nos Estados Unidos. A convocação, claro, não é espontânea. Há dois anos, a NHTSA, agência norte-americana que regula a segurança viária, investiga a montadora por acidentes envolvendo o Autopilot.
Há cerca de um ano, a NHTSA apontou que os carros da marca de Elon Musk se envolveram em 70% dos acidentes de trânsito nos EUA. A investigação considerou, então, um período de aproximadamente um ano, de junho de 2021 até maio de 2022. Conforme os dados da agência, os modelos da Tesla estiveram presentes em 273 de 392 acidentes no país.
O levantamento englobou 11 montadoras, que são obrigadas a relatar incidentes desde 2021, quando se tornou uma exigência do governo local. Além disso, essas avaliações contaram apenas com sistemas de condução de nível 2. Ou seja, a tecnologia ainda não é capaz de assumir a direção por completo, sem a presença de um motorista humano.
Tesla vai atualizar software do Autopilot
Para resolver a questão, a marca de elétricos de Elon Musk vai liberar uma atualização remota. Ou seja, os cerca de 2 milhões de veículos receberão correções “pelo ar”, sem precisar ir a uma revenda ou oficina da Tesla. Esta correção vai evitar, portanto, que os motoristas utilizem o sistema de piloto automático de forma indevida. Isto é, que habilitem o Autopilot sem que haja alguém no comando do carro, para garantir a segurança em uma eventualidade.
Dessa forma, a correção vai incorporar alertas e controles adicionais para “incentivar os motoristas à aderir à sua responsabilidade de direção”. Segundo Ann Carlson, administradora interina da NHTSA, o principal problema do Autopilot da Tesla é que “os humanos confiam demais na tecnologia”.
Autopilot da Tesla já teve outro recall
No início de 2022, a Tesla realizou um recall de quase 54 mil modelos nos EUA. O motivo foi uma falha no sistema AutoPilot que fazia com que os veículos não parassem em cruzamentos. A solicitação também veio da NHTSA, que confirmou a desativação do recurso “rolling stop”. Na ocasião, foram convocados o sedã Model S e o SUV Model X feitos entre 2016 e 2022, bem como exemplares do Model 3 (de 2017 a 2022) e do Model Y (a partir de 2020).
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