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Relatório de agência nos EUA culpa Autopilot da Tesla por acidentes
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Relatório de agência nos EUA culpa Autopilot da Tesla por acidentes

Agência de segurança viária atesta que, ao longo de um ano, os carros da Tesla se envolveram em 70% dos acidentes registrados nos EUA

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

24 de nov, 2022 · 5 minutos de leitura.

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Tesla Model 3 elétricos direção semiautônoma
Cerca de 500 unidades de Tesla Model 3 serão vendidas com alta quilometragem e pequenos danos
Crédito:Tesla/Divulgação

A Tesla voltou a se envolver em polêmicas em relação ao seu sistema de condução semiautônoma, o Autopilot. Desta vez, um relatório divulgado pela NHTSA (Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário) apontou que os carros da marca do bilionário Elon Musk estiveram envolvidos em 70% dos acidentes de trânsito nos Estados Unidos. A pesquisa, portanto, levantou a estatística em um período de aproximadamente um ano, sendo de junho de 2021 até maio de 2022.

De acordo com os dados, os modelos da marca de elétricos estão presentes em 273 dos 392 casos de acidentes no País norte-americano. O levantamento em questão englobou cerca de 11 montadoras, que são obrigadas a relatar os incidentes desde o ano passado, quando se tornou uma exigência do Governo. Além disso, importante dizer que essas avaliações contaram apenas com sistemas de condução de nível 2 (de cinco). Ou seja, significa que a tecnologia não é capaz de assumir a direção por completo.

Tesla Model S
Tesla/Divulgação

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No entanto, o fato de a Tesla ocupar o primeiro lugar – seguida pela Honda, Subaru e Ford – tem uma explicação. Mesmo que não justifique, a fabricante é que a mais possui carros equipados com o sistema de condução semiautônoma nos EUA. Segundo as informações da Associated Press, ao todo, são mais de 830 mil veículos nas ruas. Portanto, explica liderar a lista. Para se ter uma ideia, a única outra marca que chega perto é a General Motors, que tem 34 mil carros equipados com o Super Cruise – piloto automático do grupo.



Dados incompletos

Seja como for, a própria agência de segurança afirmou que ainda são necessários outros dados, bem como um estudo minucioso, para chegar a uma conclusão completa. Afinal, até o momento, não há registros dos números de veículos nas estradas nos momentos dos acidentes, bem como das condições. Como é o caso, por exemplo, da distância percorrida na batida, entre outros.

Tesla Model 3
Tesla/Divulgação

”Aconselho cautela antes de tentar tirar conclusões com base apenas nos dados que estamos divulgando. Este é um esforço sem precedentes para coletar dados de segurança. Entender o que eles contam ainda levará tempo”, disse o administrador da NHTSA, Steven Cliff.

Parte do problema

Cabe lembrar que, no começo deste ano, a Tesla realizou um recall de quase 54 mil modelos nos EUA. O motivo foi uma falha no sistema AutoPilot, ou Full Self-Driving (FSD), que faz com que os veículos não parem completamente em alguns cruzamentos. A solicitação veio da NHTSA, que confirmou a desativação do recurso ”rolling stop” da montadora do Elon Musk. ”A lei federal proíbe os fabricantes de venderem veículos com defeitos que representem riscos irracionais à segurança, incluindo escolhas intencionais de design que não são seguras”, comentou em nota. 

Reprodução

Os modelos que fizeram parte desse recall foram: sedã Model S e o SUV X, com fabricação entre 2016 e 2022; o Model 3, fabricado entre 2017 e 2022; e, por fim, o Model Y, a partir do ano/modelo 2020.

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