O mercado de picapes médias é bem movimentado, e a concorrência está sempre se atualizando. É o caso da chinesa BYD, que recentemente exibiu no México sua aposta para o segmento: a picape Shark. Cotada para chegar ao mercado brasileiro e até mesmo ter fabricação por aqui, a opção da BYD precisará, antes de tudo, encarar a concorrência, como a Ford Ranger, por exemplo.
Uma das picapes médias mais potentes do País, impulsionada pelo motor 3.0 V6 Turbodiesel de 250 cv e 61,2 mkgf, é hoje tida como uma das melhores opções do mercado. Será que a BYD Shark e seu conjunto híbrido são páreo para a opção já consolidada da Ford? Pensando nisso, fizemos um comparativo técnico entre as duas.
Desempenho: BYD Shark sai na frente
Antes de falar propriamente sobre desempenho, é preciso apontar as diferenças entre as picapes. A Shark é a primeira picape híbrida plug-in da marca, algo ainda inédito no mercado brasileiro, enquanto a Ranger ainda é movida inteiramente a combustão, por exemplo. Dito isto, mediante os números, a opção da BYD sai na frente.
Híbrida, ela tem dois motores elétricos, junto do conjunto a combustão: na dianteira, o quatro cilindros 1.5 turbo de 194 cv, e um elétrico de 231 cv de potência e 21,4 mkgf de torque. Sob o eixo traseiro está o segundo motor, também elétrico de 204 cv de potência e 36,7 mkgf de torque. Sua potência combinada está nos 480 cv, e o torque, não divulgado, deve ser na casa dos 70 mkgf.
Já a Ranger “civil” mais potente (desconsiderando a variante esportiva Raptor) possui o motor 3.0 V6 de 250 cv e bons 61,2 mkgf de torque, a baixos 1.750 rpm. Para comandar o conjunto mecânico está a transmissão automática de 10 velocidades. Apesar da clara diferença entre potências, o torque, considerando a estimativa da imprensa especializada entre as duas, é parelho. Importante citar que a Ranger oferece uma versão híbrida em outros mercados, mas não no Brasil.
Consumo: híbrido plug-in vs. combustão
No consumo, novamente as picapes entram em embate. A média da Ford, segundo dados oficiais, consegue médias de 8,9 km/l na cidade, e 10,2 km/l no rodoviário. Seu tanque de Diesel de 80 litros entrega uma autonomia urbana de 712 km, e rodoviária de 816 km. Já a BYD Shark não teve dados de consumo revelados, mas o que se sabe é que promete 840 km de alcance combinado, no modo híbrido. No modo elétrico, entretanto, seu alcance é de 100 km.
Tecnologia embarcada é presente nas picapes médias
Em matéria de tecnologia a bordo, os modelos tem suas maneiras de seduzir o comprador. Na picape da Ford, conforme a versão, o quadro de instrumentos digital tem 8 ou 12,4 polegadas e o sistema multimídia, tela de 8″ ou 12″, em posição vertical. Entre os destaques há farol alto com facho automático e freio de estacionamento com acionamento eletrônico. Assim como opções de modos de condução, frenagem automática de emergência, monitoramento de ponto cego, de tráfego cruzado atrás e câmeras 360°, e mais.
Já na Shark, os mostradores ficam na tela de LCD com 10,25 polegadas, enquanto no centro do painel a tela giratória de 10,8″ concentra as funções multimídia. Além disso, o motorista conta ainda com Head-Up display. Em compensação, a Shark vem com Wi-Fi 5G integrado e assistente virtual. Pode-se acionar com um “Hi BYD”, e pedir, por exemplo, para abrir e fechar vidros, ligações por celular, acionar navegação, ar-condicionado e ventilação, entre outras funções.
Dimensões e valores
Comparando as dimensões das picapes, temos dados parelhos. A BYD Shark mede 5,46 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,92 m de altura e 3,26 m de entre-eixos. Seu peso é de 2.665 kg, com caçamba de 1.400 litros. Já a Ranger mede 5,37 m de comprimento, 1,88 m de altura, 2,21 m de largura (com os espelhos), 3,27 m de entre-eixos e caçamba de 1.250 litros. Seu peso é de 2.357 kg, fazendo da rival chinesa mais pesada, por exemplo. Na Ranger, a capacidade de reboque também é maior, com 3.100 kg, contra 2.500 kg da rival.
Entretanto, caso a compra aconteça pensando em uma condução off-road, precisa-se também comparar as picapes. Na Shark, seu vão-livre do solo é de 21 cm, seu ângulo de ataque mede 31° e o de saída mede 19,3°, com inclinação máxima de 30°. Já na Ranger, o vão-livre é de 23 cm, seu ângulo de ataque mede 30°, e o de saída mede 26°, com inclinação máxima de 35°.
Por fim, quanto a valores, ainda é cedo para dizer quanto a BYD Shark custará ao comprador brasileiro. Cotada para produção no Brasil, ela pode chegar inicialmente importada, por exemplo. Estima-se que seu preço final esteja por volta dos R$ 300 mil, próximo do valor pedido pela Ranger Limited V6: R$ 319.990, por exemplo.
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