Quando mostrou o Mirai no Brasil, a Toyota deixou bem claro que não há previsão de comercializá-lo por aqui devido a dificuldades de abastecimento. Entretanto, na Califórnia (EUA), a tarefa também não é nada fácil. E, com base nisso, um grupo de proprietários resolveu processar a fabricante japonesa. Dentre as alegações da ação judicial coletiva estão a dor de cabeça na hora de abastecer, a distância percorrida para encontrar postos que disponibilizem o combustível, a demora do processo e até autonomia menor do que a declarada oficialmente.
De acordo com a imprensa internacional, o processo menciona também o aumento do valor do hidrogênio. Em dois anos, o preço subiu de US$ 13/kg para US$ 36/kg. Desse modo, os proprietários alegam que o cartão de combustível de US$ 15 mil oferecido pela Toyota aos clientes, como incentivo, não vai durar cincos anos, conforme prometido pela fabricante.
Ademais, os donos do Toyota Mirai afirmam que, assim como nos carros elétricos, o reabastecimento do modelo a hidrogênio é demorado. Cabe explicar, portanto, que o processo em si, de fato, é rápido. Duraria o mesmo que um modelo a combustão. Afinal, também basta encher um tanque. Todavia, as bombas de hidrogênio congelam e acabam travando o veículo, tomando mais tempo do usuário. Relatos apontam períodos superiores a 30 minutos até que o bico da bomba aqueça o suficiente para uma desconexão segura.
Escassez e fechamento de postos
A falta do hidrogênio também virou algo frequente nos postos de abastecimento. E isso pode durar dias. É tanto que, por lá, os problemas no fornecimento já obrigaram a rede Shell a fechar 55 postos. Sem contar que estações quebradas ou cartões de combustível incompatíveis também são situações corriqueiras. Por essas e outras, fica difícil – ou, às vezes, impossível – depender do carro. Além disso, os problemas acabaram impactando os valores de revenda do Toyota Mirai que, aliás, não custa barato. Nos EUA, o site da Toyota aponta valor a partir de US$ 50.190 (mais de R$ 280 mil, na conversão direta).
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