A eletrificação vem chegando por toda parte. É tanto que os lançamentos de carros híbridos e elétricos pipocaram em 2024. E 2025 promete ainda mais. Tudo isso, porque as montadoras precisaram se adequar aos novos padrões exigidos pela oitava fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve L8), que entrou em vigor no dia 1º de janeiro. A ideia da nova lei de emissões é tornar os carros novos menos poluentes e com mais eficiência.
Mais rígida, a nova regulamentação impõe normas aos veículos vendidos a partir deste ano em solo nacional. Modelos fabricados até 31 de dezembro de 2024 podem ser comercializados sob as normas antigas até o fim de março. Com o Proconve L8, o País tem a intenção de aproximar suas emissões de poluentes aos padrões internacionais, bem como atender metas de sustentabilidade e controle ambiental. Para isso, é imprescindível mexer na indústria automotiva, com o desenvolvimento de novos carros, novas tecnologias e, evidentemente, a extinção de alguns modelos e versões.
Tem, por exemplo, a chegada da linha 2025 dos Chevrolet Onix e Onix Plus com melhorias no motor 1.0 turboflex (terá injeção direta de combustível). Já a Fiat lançará a nova Toro, que receberá reestilização e o novo motor Multijet 2.2 turbodiesel que estreou na prima RAM Rampage – o propulsor também chegará ao Jeep Commander. Ainda na Stellantis, a Peugeot terá versões híbridas flex do hatch 208 e do SUV 2008 com o sistema leve de 12 volts atrelado ao motor 1.0 turboflex de até 130 cv.
Outras etapas no futuro
Com base na Resolução 492, de 2018, do Conama, essas normas alteram a Resolução Conama nº 15/1995 e, assim, ficam estabelecidos novos limites máximos de emissão de poluentes para veículos rodoviários leves de passageiros e leves comerciais. Mas a nova regulamentação, que fica até 2031, tem outras etapas que reduzirão progressivamente o teto de emissão poluentes.
Nesta, que estreou no começo do mês, as fabricantes deverão garantir que a média de seus veículos leves de passageiro não produzam mais do que 50 mg/km de gases orgânicos e óxidos de nitrogênio (Nmog + NOx). Ademais, as outras etapas ficam assim:
- 01/01/2027: 40 mg/km
- 01/01/2029: 30 mg/km
- 01/01/2031: 30 mg/km
Cabe pontuar que quando entrou em vigor o Proconve L7, em 2022, o Brasil exigia limite de 80 mg/km de Nmog + NOx para carros de passeio, 140 mg/km para comerciais leves a gasolina ou flex e 320 mg/km para veículos a diesel. Os dois últimos, se mantém.
Testes em condições reais de tráfego
Introduzido na sétima fase do Proconve, os testes de emissões em condições reais de tráfego sofreram mudanças na L8. A partir de 2025, os resultados não poderão exceder o dobro das medidas laboratoriais. Já a partir de 2027, o limite ficará em 1,5 vez o nível homologado.
De acordo com o artigo 11 da resolução, “fica estabelecido o limite máximo de emissão de vapor de combustível de cinquenta miligramas por litro abastecido (50 mg/L), durante o abastecimento”. Vale para todos os veículos vendidos a partir de 2025. Em modelos a diesel, há necessidade de redução dos índices de fumaça em aceleração para 0,4 decímetros cúbicos a até 2.000 m de altitude. Em relação a níveis de ruído de veículos leves, a margem fica entre 70 e 74 decibéis – ou 71 e 76 para comerciais.
Montadoras e clientes terão mais gastos
Tudo isso exigirá investimentos expressivos das montadoras, uma vez que aumentarão os custos para o desenvolvimento de novas tecnologias que atendam aos novos limites. Além disso, o PL8 colocou em prática uma mudança metodológica para aprovação nos processos de licenciamento, que deixa de ser por modelo de veículo e passa a ser pela média corporativa. Em síntese, os veículos comercializados por uma montadora precisam apresentar uma média de emissão que atenda os limites estabelecidos. Assim, a produção de veículos de emissão zero, por exemplo, compensa a fabricação de outros, mais poluentes.
Como tudo sempre resulta em mais gastos para o consumidor, com o PL8 não seria diferente. A fase 8 do Proconve, certamente, encarecerá os preços dos veículos – devido ao aumento nos custos de produção. A princípio, a manutenção – com sistemas de controle de emissões mais complexos – tende a também deixar o serviço do mecânico mais salgado devido a necessidade de mão-de-obra especializada. Todavia, os consumidores, com a nova norma, passam a ter acesso a veículos mais eficientes e que consomem menos combustível.
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