Luís Felipe Figueiredo
Dois carros-conceito apresentados no Salão do Automóvel de São Paulo – com chances de ser produzidos no País – apontam novo rumo entre os utilitários-esportivos compactos. Nissan Extrem e Volkswagen Taigun, derivados, respectivamente, da plataforma V (March e Versa) e NSF (do Up, a nova família de compactos da montadora alemã), têm 3,85 metros de comprimento. São 40 centímetros a menos que o Ford EcoSport, pioneiro nesse nicho.
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Além de pequeninos por fora (o que ajuda a diminuir o peso e, assim, o consumo de combustível), são exemplos da versatilidade dessas novas bases. “É o caminho para manter baixos os custos: usar a mesma plataforma para uma extensa família”, explica o consultor da ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa. “Assim se amortiza o custo de desenvolvimento mais rapidamente.”
Primeiro é necessário estabelecer todos os modelos que vão compor a gama e só então desenvolver a plataforma. Adaptar uma base em uso eleva o custo e o resultado não é bom.
Conforme especialistas da indústria, a plataforma é criada para um ciclo de vida médio de 12 anos. Nesse tempo são programadas duas ou até três gerações dos produtos dela derivados – além das atualizações intercaladas entre as mudanças.
Há limitações no compartilhamento de bases. A geometria de suspensão, por exemplo, deverá obedecer ao projeto inicial – nem sempre é possível adaptar um conjunto independente na traseira se o estabelecido for eixo de torção.
Também pode haver restrições quanto à posição (longitudinal ou transversal) e tamanho do motor (número de cilindros e peso), câmbio e tração. Tanto o Extrem quanto o Taigun foram projetados para ter tração dianteira ou 4×4.