José Antonio Leme
Ela é uma Ninja? Sim. A mais esportiva? Não. Por R$ 29.990 – com freios ABS – e fabricada em Manaus, a Kawasaki Ninja 650 é a “porta de entrada” para os modelos carenados. Desenvolvida sobre a mesma base da naked ER-6n, tem a mais a carenagem integral, o conjunto de farol duplo e dois quilos.
As outras diferenças estão no painel de instrumentos e no posicionamento dos retrovisores, que incomodam na cidade por ficarem próximos aos espelhos dos carros.
Comparada à geração anterior, está mais estreita e curta por causa dos novos chassi e balança. As pedaleiras ficaram mais recuadas e o espaço para as pernas, menor. Com isso, a moto se tornou pouco amigável a pilotos com mais de 1,80 metro de altura.
A posição de guiar continua boa, pois é mais elevada que em uma esportiva convencional, privilegiando o uso urbano. Em tocadas mais fortes, o modelo fica devendo por ter privilegiado o conforto.
O conjunto de suspensão absorve bem com as imperfeições do piso e também segue o caminho do conforto em detrimento de esportividade. Nas curvas, o trabalho intenso do componente não chega a incomodar, mas um ajuste mais firme seria bem-vindo.
Os discos duplos na dianteira e simples na traseira dão à motocicleta excelente poder de frenagem mesmo quando os freios são forçados. Exigem pouco funcionamento do sistema anti-travamento (ABS).
O motor continua a ser um dois-cilindros mas, reformulado, tem os 6,5 mkgf de torque entregues de maneira mais linear. Na versão anterior eram 6,7 mkgf, mas a diferença não é notada em circuito urbano, onde mais se usa a força do motor, que aparece facilmente em terceira marcha.
A potência continua igual. Os 72,1 cv são suficientes para levar a moto aos 200 km/h e oferecer empolgação, principalmente a pilotos iniciantes.
Os mais experientes precisam se lembrar da proposta e das limitações do conjunto feito para ser a porta de entrada no mundo das esportivas.
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