Com a redução do imposto de importação para híbridos, aprovada há poucas semanas, a expectativa é de que as ruas brasileiras passem a ter mais carros com essa tecnologia. E, apesar de os conjuntos propulsores desses veículos serem mais complexos, a manutenção não é muito diferente da exigida para os carros só a combustão, já que o pacote de motor elétrico e bateria não requer revisão frequente. No entanto, em caso de pane do sistema, as consequências para o veículo são graves e o reparo será bem caro.
Sem o motor elétrico, o carro não vai funcionar, segundo o supervisor de serviços da Ford Reinaldo Nascimbeni. Para que continuem atuando corretamente, as baterias de íons de lítio que alimentam o propulsor a eletricidade devem ser trocadas a cada oito anos – mesmo tempo que dura a garantia do componente -, no caso do Fusion Hybrid. A substituição custa R$ 35 mil para o Ford.
Membro da Associação Brasileira de engenharia Automotiva (AEA), Edson Orikassa diz que, se houver uso intenso, as baterias de um Toyota Prius podem ter de ser substituídas a partir dos cinco anos de uso quando sob uso intenso. Ainda assim, a garantia do modelo japonês também é de oito anos. Outro ponto crítico é a conexão de energia e entre os módulos eletrônicos. “Deve-se evitar ao máximo atravessar alagamentos”, diz Nascimbeni.
A contrapartida é que o motor elétrico auxilia o a combustão na tarefa de impulsionar o carro. Por isso, este sofre menos desgaste que um modelo sem a tecnologia híbrida.
Como funciona?
O sistema híbrido é composto de dois tipos de motores: um convencional, a combustão interna, e outro elétrico, alimentado por baterias posicionadas no porta-malas ou sob o assoalho do carro (acima). Ao rodar em baixas velocidades, o veículo utiliza apenas a eletricidade acumulada. Quando necessário, o motor a gasolina entra em ação para proporcionar acelerações mais vigorosas, manter maior velocidade de cruzeiro ou mesmo recarregar as baterias.
Assim, o uso de combustível (gasolina, gás, etanol, etc…) é reduzido. O sistema é gerenciado pela central eletrônica do carro, que “decide” quando cada motor deve entrar em ação. Há também um recurso que transforma a energia cinética das desacelerações em eletricidade, que será enviada às baterias. As pastilhas de freio, por exemplo, serão acionadas apenas em frenagens severas.