As nakeds na casa dos 800 cm3 são a primeira opção para quem deseja um modelo com mais de 100 cv de potência. Nessa disputa, a recém-chegada Yamaha MT-09, que tem preço sugerido de R$ 35.990 (com ABS de série) encara a Kawasaki Z800, tabelada a R$ 33.390 sem o sistema de auxílio à frenagem, que aumenta o valor para R$ 36.390.
Com conjunto mais potente e moderno e cesta de peças e seguros mais baratos, a MT-09 superou a Z800 com facilidade. Some-se a isso o fato de, considerando os freios ABS, ela ficar mais barata que a rival.
A Yamaha tem também posição de pilotar mais confortável, com guidom mais largo e o tanque mais fino, o que permite manter as pernas mais fechadas. Já a fixação das pedaleiras traz boa posição em ambas.
A Kawasaki sobressai no conforto oferecido ao piloto pelo banco, que é mais largo. O lugar do garupa é acessório em ambas. Na MT, não há nem alças para ele se segurar.
O painel da Kawasaki também oferece melhor leitura por ter mais espaço para projetar os dados que na MT-09.
Já no quesito estrutura, a Yamaha volta a se destacar. Com quadro de alumínio, ante o de aço da Kawasaki, ela é 40 quilos mais leve – seu peso total é de 191 quilos. Na pilotagem, isso se traduz em um conjunto mais ágil em mudanças de trajetória e que se sobrepõe na estrada ou na cidade sobre o oferecido pela Kawasaki. Ambas são feitas em Manaus.
NOVATA TEM MELHOR CONJUNTO
Além da ciclística mais acertada, o motor mais evoluído também está na Yamaha. Com 115 cv e 8,9 mkgf , o propulsor tem revestimento de cerâmica, que reduz o atrito entre as peças internas, aproveitando melhor a energia gerada.
O virabrequim da MT-09 é do tipo crossplane, o que a deixa com muito torque disponível em qualquer faixa de rotação e comportamento mais agressivo nas respostas que a a Z800, que tem 113 cv e 8,5 mkgf.
No modelo da Yamaha há três modos de condução: para chuva, normal ou esportivo, que podem suavizá-la ou deixá-la mais agressiva ao alterar a abertura da borboleta. A Z800 não traz esse aparato de controle eletrônico.
No câmbio, há empate entre as motos, que apresentam engates justos e curtos. Ambas oferecem boas suspensões, com ajuste apenas de pré-carga e retorno, mas sem de compressão. Apesar disso, a vantagem vai para a da Yamaha, que tem mais curso na dianteira – são 137 mm, ante os 130 mm -, se ajustando melhor a imperfeições no piso.
A Z800 tem freios com discos duplos de 310 mm na frente e simples de 250 mm atrás, ante os 298 mm e 245 mm da Yamaha. Ambas contam com grande poder de frenagem, mas na Kawasaki o funcionamento é mais progressivo, além de o sistema ABS entrar mais tarde e ser mais comedido.
ÀS VEZES O BOM SAI MAIS BARATO
O discurso de que o “barato sai caro” não coube neste comparativo. Por mais que o valor inicial da Z800 seja menor, a MT-09 com ABS de série (que será obrigatório a partir de 2016) é mais em conta que a Kawasaki caso o comprador opte por instalar o equipamento.
Divertida e agressiva, a MT-09 também sabe ser comedida quando é preciso. Isso graças aos sistemas que alteram o modo de condução, trazidos apenas por ela. Além disso, seu visual chama mais a atenção nas ruas.
O projeto da Z800, que é basicamente uma atualização da antiga Z750, está defasado e a moto tem comportamento dinâmico muito abaixo da concorrente.
E os quase R$ 2.500 a mais na cesta de peças Kawasaki? Este é outro fator que faz com que a moto perca muitos pontos na hora da escolha.
Yamaha MT-09
Prós
Trem de força.Motor potente tem muito torque em qualquer rotação; câmbio traz engates fáceis.
Contras
Painel.Moderno, o painel peca pelo espaço reduzido para projetar os dados.
Kawasaki Z800
Prós
Freios.Com acionamento maisprogressivo, conta também com ABS menos intrusivo.
Contras
Ciclística. O quadro de aço da Z800 dá peso extra ao conjunto, além de deixá-la menos ágil.