Furtaram duas rodas do meu City na rua. Liguei para a autorizada e, para minha surpresa, disseram que a Honda não tem essas peças no estoque. O que devo fazer, aguardar uma solução ou recorrer ao mercado paralelo?
Marcelo Hino, São Paulo
Honda responde: o fato foi esclarecido com o cliente.
O leitor diz que a Honda pediu um prazo longo demais para fornecer as peças e, por isso, ele se viu obrigado a recorrer ao mercado paralelo.
Advogado: quando o consumidor se vê privado do uso do veículo por causa da falta de componentes, ele passa a ter direito a um carro reserva, ou seus eventuais gastos com transporte reembolsados pela montadora. Isso decorre do dever legal da empresa de manter peças à disposição.
CONFIRA OUTROS CASOS DA COLUNA DEFENDA-SE
Renault Fluence
Motor falhando após a revisão
Meu Fluence 2012, cuja garantia expira em agosto, passou por todas as revisões. Em janeiro, levei-o à concessionária Sinal para mais uma verificação. O sedã estava em perfeitas condições. Por orientação do técnico, autorizei a limpeza dos bicos injetores, a troca de pastilhas de freio e outros serviços, por R$ 1.300. Quando o retirei, percebi que o motor trepidava muito e perdia potência, a ponto de “morrer” duas vezes em uma parada de semáforo.
Voltei duas vezes à Sinal, sem solução – diziam que o carro estava normal. Na terceira tentativa, fui à Rpoint, onde detectaram problema nos bicos, provavelmente causado pelo serviço anterior, e orçaram o reparo em R$ 1.400. Não concordei e fui orientada a voltar à Sinal. O carro ficou uma semana na oficina, trocaram dois dos quatro bicos, mas os problemas persistiram. Em nova tentativa, trocaram os outros bicos, mas o motor ainda trepida e engasga em rotações baixas. Levei o carro à Sinal outra vez e estou a pé há dois dias. Gastei uma fortuna de táxi em todos esses dias e me desgastei por ter de lutar para garantir meus direitos. Já se passaram mais de 60 dias sem uma solução definitiva durante a garantia. Diante disso, não quero mais o carro, e sim a troca por outro novo, ou receber os valores pagos, com atualização.
Leila Maria Martins, São Paulo
Renault responde: o carro foi reparado e entregue em ordem.
A leitora diz que o motor continua falhando e engasgando e que perdeu a confiança nos serviços da marca. Ela levou o caso à Justiça.
Advogado: a leitora poderia ter se negado a retirar o veículo, entregue “em perfeitas condições” e recebido de volta com problemas. O defeito surgido durante a revisão obriga a empresa a não devolver o produto sem uma solução completa. Além disso, um carro reserva deveria ter sido concedido à leitora durante os reparos. Como o defeito persiste, ela tem direito a exigir a troca do veículo.
Ford Focus
Reparo em garantia negado
Tenho uma deficiência física e adquiri um Focus sedã automático. Quando o recebi, notei a falta de alguns itens que o vendedor disse que viriam nele, como sensor de obstáculos atrás, controle de velocidade de cruzeiro, farol de neblina e sensor de pneu murcho. Tive problemas nos freios e câmbio, já solucionados, mas o computador de bordo não funciona. Na primeira revisão, disseram que não sabiam como ou quando o problema seria resolvido e pediram que eu retirasse o carro, alegando que ele não oferecia riscos. Quero que a Ford troque o veículo ou devolva os valores pagos. Eles deveriam ceder um carro reserva a cada vez que o meu fica parado para consertos, mas isso não tem acontecido.
Edmo Roberto Maia, São Paulo
Ford responde: aguardamos que o cliente leve o veículo a uma concessionária para análise.
O leitor diz que, mesmo após voltar à autorizada, o defeito no computador de bordo persistia. Ele levou o caso ao Procon.
Advogado: a continuidade dos defeitos após o carro voltar da concessionária enseja o direito à troca, já que a montadora teve a chance de fazer o reparo, e deve fazê-lo de forma definitiva em até 30 dias. Além disso, enquanto o veículo está imobilizado para conserto, a empresa tem o dever de fornecer um carro reserva ao cliente, sobretudo por se tratar de portador de deficiência física.