São Paulo é o Estado com o maior número de carros blindados do Brasil. Tem 63,04% dos 160 mil veículos que circulam em todo o País, segundo a Associação Brasileira de Blindagem, a Abrablin (leia mais na pág. 14). O medo causado pela insegurança das grandes cidades é o principal fator para o consumidor pagar a partir de R$ 50 mil a mais, no caso dos modelos zero-km, na blindagem.
“A preocupação com essa sensação não existe mais para mim. Retomei a liberdade de ir a qualquer lugar e hora”, resume o empresário Fabio C. Estou totalmente condicionado a ter carro blindado a partir de agora”, complementa.Ele é proprietário de um Hyundai Azera 2010, comprado zero-km e encaminhado a uma empresa especializada para fazer o serviço.
A médica Vera S. está prestes a trocar seu Honda CR-V por um Toyota RAV4 com a proteção da blindagem. “A falta de segurança me levou a querer um blindado. Sei que não vou mudar meus hábitos, mas não quero voltar de madrugada de um lugar dirigindo feito louca, com medo”, explica ela, que deve desembolsar cerca de R$ 50 mil além do valor do veículo. “Já fui assaltada, esmurraram o vidro e levaram o relógio. Sei que não sofri nada sério, mas não quero passar por isso de novo”, desabafa.
O economista Gabriel F. já está em seu segundo automóvel blindado. O último, um Range Rover Evoque, foi comprado em 2012. Como Vera, ele também já foi abordado no trânsito – passou por uma tentativa de sequestro quando voltava do Guarujá.“Jogaram um pedaço de um guardrail em cima do capô do carro. Eu segui em frente e chamei a polícia. Quando acontece esse tipo de coisa, você não quer mais dirigir um veículo comum”, diz.
A picape Toyota Hilux de Claudio B. só fica na garagem depois que o funcionário público comprou um Corolla blindado usado, ano 2008, para ir e vir do trabalho. “Foi meu primeiro blindado. Como é mais antigo, o carro é um pouco mais pesado nas acelerações e não tem muita desenvoltura ao fazer curvas”, explica. “Mas agora, eu já fico receoso de sair com a minha picape. Recomendo a blindagem a qualquer um. É uma paz que não tem tamanho”, completa.
Perfil. Segundo a Abrablin, homens respondem por 52% do mercado de veículos blindados no Brasil. A faixa de idade entre os 30 e 39 anos é a que mais procura por esse tipo de serviço; 65% dos usuários são empresários.