Garantia recusada na troca da chave
Tenho um Picanto 2010/2011 e, recentemente, notei que a chave com telecomando para abertura e fechamento das portas a distância estava trincada. Levei-o para revisão de 20 mil km e solicitei a substituição da peça, dentro da garantia de cinco anos, conforme consta na documentação e no material promocional do modelo. Porém, fui informado de que a cobertura não inclui esse tipo de defeito. Saliento que o problema é resultante do uso normal do veículo, pois a chave não esteve envolvida em nenhum acidente ou outro fato que pudesse causar a trinca. Sinto que fui subtraído de direitos legítimos e meu grau de satisfação com a Kia sofreu um forte abalo.
Flávio Ferreira Leite, CAPITAL
Kia responde: conforme descrito no manual do veículo, danos causados por ação de agentes externos não são cobertos pela garantia contratual.
O leitor diz que o plástico da chave foi se desfazendo. Insatisfeito com a recusa da marca em realizar o reparo sem ônus, ele vendeu o carro.
Advogado: embora a ação de agente externo realmente afaste o dever de a empresa realizar o reparo ou trocar o componente sem ônus, esse fato deve ser demonstrado pela montadora por meio de perícia. A mera alegação da empresa não é suficiente.
FORD FOCUS
Carro parado por falta de peças
Em maio de 2014, comprei um Focus zero-km que foi entregue com o para-lama direito traseiro avariado (raspado provavelmente em uma coluna na concessionária) e sem antena. O ar-condicionado às vezes não ligava e, para fazê-lo funcionar, era preciso dar partida novamente. Em setembro, o motor desligou com o veículo em movimento e não pegou mais. Na autorizada, constataram que houve uma pane elétrica. O carro já está lá parado há quase três meses, por falta das peças necessárias para o reparo. A concessionária até tem se empenhado, mas a montadora não dá uma previsão da entrega dos componentes. O cliente compra um modelo global por preço correspondente a US$ 32 mil e fica aguardando meses por uma peça. É uma grande falta de respeito. Adquiri um carro novo para não ter problemas e ocorre justamente o contrário. Estou a pé.
Carlos Bazzi, CAPITAL
Ford responde: a peça chegou e o carro está sendo reparado.
O leitor confirma que o problema foi resolvido logo após o envio da queixa ao jornal.
Advogado: o consumidor não é obrigado a esperar indefinidamente pelo reparo do automóvel. A falta de peças configura flagrante ilegalidade da montadora, que, por lei, tem de manter o mercado abastecido. Após 30 dias sem que o conserto tenha sido realizado, o cliente ganha o direito de exigir a troca do bem. Além disso, durante o tempo em que o veículo ficou imobilizado à espera de peças, os gastos com a locomoção do consumidor devem ser reembolsados pela fabricante.
HONDA CIVIC
Longa esperapara o recall
Atendendo a um comunicado de recall do air bag do Civic, entrei em contato com a Honda por meio do telefone indicado pela empresa. Porém, só havia vaga para verificação do problema para dali a cinco meses. A justificativa foi que não há peças no Brasil e os novos componentes estariam sendo trazidos do Japão por navio. Imaginem o risco caso as bolsas inflem subitamente.
Lourenço Julio Cesar Paolini, CAPITAL
Honda responde: a peça já está disponível na concessionária para o reparo. Entramos em contato com o cliente, que agendará o serviço de acordo com sua disponibilidade.
O leitor confirma que o problema foi resolvido logo depois do envio da queixa ao jornal.
Advogado: o reparo deve ser feito logo após a convocação do consumidor, já que o defeito que leva ao recall envolve riscos para os ocupantes do veículo e/ou terceiros. Vale lembrar que, por imposição legal, a montadora não pode deixar faltarem peças no mercado. Enquanto não fornece os componentes necessários, a empresa pode ser responsabilizada por eventuais danos que a falha mecânica causar ao consumidor em caso de acidente.
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