Meu Ka+ parece uma carroça. Painel, portas e até a terceira luz de freio fazem barulho. Com 3 mil km, ele já passou três vezes pela autorizada, totalizando uma semana parado, e não souberam resolver os problemas, nem colocando fita isolantes de ruído. Quando reclamei, nem queriam averiguar. O gerente de pós-venda disse que a Ford considera esses ruídos uma característica do carro, mas a verdade é que esse reparo não é de interesse da autorizada, pois ela não recebe da montadora o valor do serviço. O Procon e a Justiça são lentos, mas quem sabe se divulgarmos isso a marca dê importância ao assunto. Ouvir da concessionária a justificativa de que os materiais usados hoje em dia não têm qualidade é o fim da picada.
Allison Távora de Mello,SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)
Ford responde: após várias tentativas, não conseguimos fazer contato com o cliente.
O leitor diz que passou todos os seus números de telefone à central da Ford e não recebeu nenhum contato. Cansado dos ruídos, ele vendeu o veículo.
Advogado: em casos desse tipo, a empresa deve eliminar os ruídos em até 30 dias ou apresentar um laudo que comprove que o produto está dentro dos padrões técnicos regulares e, portanto, adequado para consumo.
Veja outros casos da coluna Defenda-se:
VOLVO XC60
Reparos excluídos da garantia
Meu XC60 passou por todas as revisões impostas pela fabricante. Com 34.013 km, não consegui mais engatar a marcha a ré e surgiu no painel um aviso de avaria na transmissão. Pesquisando na internet, descobri que a Volvo orientara as autorizadas a solucionar o defeito por meio da substituição de uma válvula do câmbio. Meu carro foi levado à concessionária, que quis me cobrar pela troca dos coxins do motor e da suspensão, que apresentaram vazamento, e das juntas homocinéticas, argumentando que os componentes tinham sofrido desgaste natural, não coberto pela garantia. Questionei a alegação, tendo em vista a baixa quilometragem e a qualidade pela qual os produtos da Volvo são reconhecidos. Tudo que me concederam foi um desconto de 30% no preço das juntas homocinéticas.
José Miguel Spina, OSASCO (SP)
Volvo responde: trocamos a transmissão do veículo em cortesia, mesmo após o fim da garantia. Mas coxins e juntas apresentavam desgaste causado por agente externo, o que impossibilitava a troca sem ônus. Para atender o cliente da melhor forma possível, oferecemos uma condição especial, com custo reduzido, que ele aprovou para que os reparos fossem feitos.
O leitor diz que aceitou a oferta pois não teve escolha. Ele alega que não lhe informaram que os danos teriam sido causados por agente externo. E ouviu de especialistas consultados que as juntas homocinéticas são peças com grande durabilidade.
Advogado: sem a comprovação de desgaste natural ou culpa exclusiva do consumidor pela falha da peça, a montadora não pode se recusar a fazer o reparo do veículo sem ônus. Se o leitor teve de pagar pelo serviço, pode pleitear, por meio do Juizado Especial Cível, a devolução em dobro dos valores pagos.
CITROËN AIRCROSS
Problema na tampa traseira
A tampa do porta-malas do meu carro apresenta dificuldades para fechar. Como a concessionária não tinha as peças necessárias para o reparo, foi feita uma “gambiarra” que travou a porta definitivamente. Nesse ínterim, a autorizada onde fui atendido fechou e me encaminharam a outra oficina, que fez o pedido das peças à fábrica. Mais de 20 dias depois, o problema não foi resolvido, não posso viajar com o carro e tenho medo até de rodar com ele no dia a dia, pois a tampa pode se abrir e causar um acidente. Quando ligo para a autorizada, respondem que tenho de telefonar à central de atendimento Citroën.
Soraya Gimenez Simões, CAPITAL
Citroën responde: a peça já chegou e o reparo foi agendado.
A leitora diz que o reparo foi feito logo após o envio da queixa ao jornal.
Advogado: a falta de peça não justifica a falta de reparo em até 30 dias. A desobediência desse prazo pela montadora dá ao consumidor o direito de exigir a troca do veículo.