O Fusion 2014 que adquiri novo já rodou mais de 8.500 km. Há três meses, o carro teve uma pane e foi rebocado até a concessionária. Após dez dias, recebi a informação de que o motor inteiro teria de ser substituído, em garantia. Desde então, venho brigando com a Ford e a autorizada para que o reparo seja efetuado. Mas eles alegam falta de peças e, de acordo com a Ford, não há sequer previsão para a chegada do novo motor. Escrevi uma carta à montadora exigindo um prazo para o reparo ou a substituição por um veículo novo, já que o Código de Defesa do Consumidor me dá esse direito, mas fui ignorado. A empresa não dá importância ao atendimento dos clientes e ignora suas obrigações.
Celso Recchioni, COTIA (SP)
Ford responde: a questão foi solucionada.
O leitor diz que, um mês após o envio da queixa, a autorizada lhe ofereceu a troca do veículo por outro novo e ele aceitou. Enquanto a pendência não se resolvia, ele usou um carro alugado, custeado pela empresa.
Advogado: quando o vício do produto afeta partes essenciais, como o motor, em vez de ser reparado o carro deve ser trocado por outro novo. Isso porque o reparo de componentes estruturais compromete a confiabilidade do veículo e reduz seu valor de revenda no mercado.
Veja outras queixas da coluna Defenda-se desta semana
HYUNDAI TUCSON
Manutenção exorbitante
Fiz a revisão dos 20 mil km de meu Tucson e fiquei assustado com os valores cobrados pelas peças. Já achei estranho ter de trocar todas as pastilhas após o carro ter rodado tão pouco. No mercado paralelo, o maior valor que encontrei não passava de R$ 200, enquanto a autorizada me cobrou R$ 507 pelas dianteiras e R$ 322 pelas traseiras, mais R$ 225 de mão de obra. Só nesse serviço, a conta já fica em R$ 1.054, ante os R$ 300 orçados por uma oficina independente. É um tremendo abuso. E eles ainda tiveram a cara de pau de cobrar pela lavagem do carro.
Elias Navarro, CAPITAL
Hyundai responde: nossas concessionárias utilizam apenas peças originais e a mão de obra é extremamente especializada, visando oferecer qualidade e segurança aos clientes.
O leitor diz que não ficou convencido com a explicação da montadora e continua achando exorbitantes os preços praticados pela empresa.
Advogado: os preços no mercado são livres, mas isso não quer dizer que possam ser abusivos. Dada a grande diferença entre os valores praticados no mercado e os das concessionárias, o consumidor pode recorrer ao Procon ou ao Centro de Conciliação do Tribunal de Justiça de S. Paulo (Rua Barra Funda, 930, 2º andar, fone: 2171-6393) e tentar uma conciliação para reduzir os valores cobrados pela rede de autorizadas. Não havendo acordo nesse sentido, o caso pode ser levado ao Juizado Especial Cível, que julgará a legalidade dos valores cobrados.
NISSAN LIVINA
Reparo adiado no ar-condicionado
Fiz todas as revisões obrigatórias em meu Livina para preservar a garantia. A última delas, pelos 30 mil km de uso, custou R$ 824. Mas surgiu um defeito no ar-condicionado que ninguém consegue resolver, mesmo após várias idas à concessionária. Eles não se negam a fazer o reparo, mas sempre dão uma desculpa e dizem que o problema será resolvido na minha próxima visita. A peça de reposição nunca chega ao estoque e quem perde tempo e dinheiro sou eu.
Newton da Silva Bauer Jr., CAPITAL
Nissan responde: a Nissan já solucionou os inconvenientes reportados pelo cliente.
O leitor optou por fazer o serviço em uma oficina independente, por cerca de 20% do valor pedido pela concessionária. E já se desfez do carro.
Advogado: nesses casos, quando a concessionária insiste em protelar o conserto do veículo, o consumidor pode realizar o reparo em oficina independente de sua confiança, como foi feito, e pedir o posterior ressarcimento dos valores pagos. Para isso é necessário que ele comprove que, por mais de uma vez, tentou e não conseguiu obter uma solução definitiva para o problema.
Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome, telefone, endereço com município, RG e CPF para o e-mail: jcarro@estadao.com