Comprei um Golf GTI e, com menos de 12 mil km rodados, notei que havia bolhas em dois dos pneus, da marca Pirelli, modelo Cinturato. Intrigado, já que os pneus não haviam sofrido impactos que justificassem essas avarias, comprei peças novas e vi uma reportagem que mostrava que a nova geração do carro vinha apresentando esse problema. Acionei a central de atendimento da VW, que responsabilizou a Pirelli. Procurei a fabricante dos pneus e um técnico expediu um laudo afirmando que os produtos não tinham nenhum defeito de fabricação. Não sei a quem devo culpar.
João Geraldo Lacerda Praes, do Rio de Janeiro (RJ)
VW responde: analisamos o veículo, não encontramos falhas de produto e prestamos todos os esclarecimentos ao cliente.
O leitor diz que não foi feita nova avaliação dos pneus e que o contato da montadora foi apenas para reiterar a posição adotada desde o início, de que o carro está em boas condições. Na opinião dele, o defeito não está no veículo, mas nos pneus que a VW escolheu, que ele considera inadequados para as estradas brasileiras.
Advogado: a montadora responde pela qualidade dos componentes que utiliza na fabricação e montagem de seus produtos. Assim, se ocorrer um acidente por falha dos pneus, a empresa deverá indenizar os danos sofridos pelo consumidor, salvo se demonstrar, por meio de perícia, a inexistência de problemas com os pneus.
Fiat Palio
Número do chassi enferrujado
Quero vender o Palio 2005 que comprei novo. Fui olhar o número do chassi e constatei que a marcação está totalmente enferrujada, sendo impossível visualizá-la e tirar o decalque para a transferência de propriedade. A montadora me orientou a levar o carro a uma autorizada, para averiguação, e depois se esquivou de qualquer responsabilidade, comunicando que eu deveria resolver o problema diretamente com o Detran. Creio que a oxidação seja defeito do produto, já que entendo que um chassi deve durar muitos anos. O que posso fazer?
Marcos Paulo Oliveira, São Paulo (SP)
Fiat responde: em análise feita por nossos técnicos, constatou-se que não houve defeito do produto e a oxidação ocorreu pela ação de agente externo. Vale frisar que o veículo não passou por nenhuma das revisões de carroceria preconizadas no manual de garantia.
O leitor reconhece que não fez nenhuma revisão, mas questiona a alegação de agente externo, que foi feita apenas verbalmente, sem laudo. Ele entende que o chassi não deveria estar sujeito a esse tipo de dano.
Advogado: a simples alegação de ação de agente externo, sem a respectiva demonstração, não isenta a empresa de arcar com o ônus de reparar o veículo. O leitor pode tentar uma composição amigável via Procon e, se não tiver sucesso, pedir na Justiça que a Fiat solucione o problema.
Suzuki Jimny
Carro sem filtro do ar-condicionado
Comprei um Jimny zero-km e, ao fazer a primeira revisão, foi informado de que o filtro do ar-condicionado não vem de fábrica por ser considerado como um acessório. Se quiser a peça, terei de desembolsar R$ 190. Como pode um veículo de R$ 60 mil vir sem filtro de ar-condicionado?
Pedro Proscurchin, São Paulo (SP)
Suzuki responde: o Jimny não vem equipado com o filtro do ar-condicionado, assim como outros modelos do mercado. Agradecemos pelo comentário do leitor, que nos fez analisar o assunto e constatar que havia erro no preço da peça, que era de R$ 113,17. Fizemos as correções necessárias e o novo preçoé de R$ 78,95.
O leitor diz que, pelo preço novo, está disposto a instalar o filtro.
Advogado: a informação de que o carro vem sem filtro de ar-condicionado, bem como o custo da peça, têm de ser comunicados antes da venda do carro. Na condição de leigo, o consumidor deve ser orientado sobre quaisquer itens que sejam acessórios e tenham de ser adquiridos à parte.
Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome, telefone, endereço com município, RG e CPF para o e-mail: jcarro@estadao.com