A Harley-Davidson Fat Boy ganhou fama mundial após aparecer no filme “Exterminador do Futuro 2”, pilotada pelo ator Arnold Schwarzenegger, em 1991. Desde então, teve seu nome ecoado repetidamente pelos fãs da marca norte-americana como um de seus modelos de maior sucesso.

Andando com ela por alguns dias, foi fácil perceber o motivo. Mesmo com a tabela de R$ 70.900 na versão Special, a grandalhona é uma das Harley mais dóceis de guiar na cidade.

Com 330 quilos de peso e 2,38 metros de comprimento, a Fat Boy tem posição de condução “mais sentada”, guidom curto, alto e não muito distante do piloto. Tudo isso permite passar com facilidade entre os carros no trânsito urbano. A marca tem modelos menores, como a 883 e a Fat Bob, mas em nenhuma delas a pilotagem é tão agradável.

A Fat Boy também é relativamente boa de curvas, embora as plataformas raspem no chão se o piloto exagerar. O assento é baixo – fica a apenas 61,5 cm do solo – por causa da suspensão traseira rebaixada em 3 centímetros. Isso é ótimo na hora de manobrar, mas deixou o “rabo” da moto ainda mais duro. Basta cair em qualquer buraco mais profundo para sentir como se a lombar fosse parar no pescoço.

Na hora de acelerar, a Fat Boy Special é muito boa. O excelente torque de 12,1 mkgf a partir das 3 mil rpm gerado pelo motor V2 de 1.690 cm³ faz com que a moto pule para a frente apenas ao se liberar a embreagem – nem é preciso acelerar. Ao torcer o punho direito ela ronca forte e chega a 50 km/h, limite de velocidade da maioria das vias de São Paulo, em um piscar de olhos.

Mas tanta força gera contratempos. O motor vibra muito e esquenta mais ainda, fazendo do anda e para do trânsito um martírio em dias de calor. Na estrada, tudo bem.

Outro aspecto que poderia ser melhor é o “peso” da embreagem. Dura, chega a fazer barulho dependendo da forma como as marchas são engatadas. O semáforo abre e fecha sem que seja possível colocar o câmbio na posição neutro.

A opção Special se diferencia das demais pela máscara do farol e bengalas da suspensão pintadas de preto, além das plataformas, alças dos piscas e rodas perfuradas da mesma cor. O escapamento é fosco em vez do cromado tradicional.