As rodas dianteira e traseira do lado direito de meu HR-V foram furtadas. No dia seguinte, enviei o veículo à autorizada para a reposição das peças e informaram que a previsão de chegada era de três a cinco dias úteis. Para minha surpresa, recebi um e-mail com a informação de que o faturamento na fábrica só ocorreria após 11 dias e, na melhor das hipóteses, o veículo seria entregue em cerca de duas semanas. Como pode uma marca vender um carro por R$ 90 mil e não ter um jogo de rodas disponível na autorizada? Sugeri que retirassem as peças de outro exemplar, mas alegaram que não havia nenhum HR-V no estoque da concessionária. Ora, eu passo diariamente pela loja e hoje vi ao menos quatro carros em exposição.
Armando de Lima, Capital
Honda responde: o veículo foi reparado e entregue ao cliente.
O leitor confirma a informação da montadora.
Advogado: quando o atraso na chegada de peças para o reparo traz prejuízos ao consumidor, ele deve ser ressarcido, inclusive em relação aos gastos com locomoção, já que a lei obriga a empresa a manter o mercado continuamente abastecido com componentes de reposição.
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Ford Ka
Reparo atrasado e férias frustradas
Após uma colisão, meu Ka foi guinchado pela seguradora do motorista responsável pelo acidente. Dois meses depois, descobri que ele não havia assumido a culpa pelo acidente e que o meu carro estava ao relento. Consegui que minha seguradora transferisse o veículo para uma autorizada Ford e, a partir daí, passei a ligar para a oficina, que sempre mudava a data prevista para entrega, alegando que as peças estão em falta por se tratar de um veículo novo. Nesse ínterim, estou a pé, porque a montadora negou um carro reserva. Isso estragou as minhas festas de fim de ano, o aniversário das minhas filhas e minhas férias, já que não pude descansar um dia sequer. Estou tendo prejuízos financeiros e emocionais.
Andréa Emanuele Santos Freitas, Capital
Ford responde: a questão foi solucionada.
A leitora diz que o carro ficou pronto duas semanas após o envio da queixa ao jornal, mas, como veio com reparos incompletos, teve de voltar à oficina. Ela critica e culpa o pós-venda da marca pelo estresse sofrido.
Advogado: a leitora foi vítima de lesão tanto pela montadora quanto pela companhia de seguros. A fabricante descumpriu o dever legal de não deixar faltar peças no mercado. A seguradora foi omissa ao não apressar o reparo, frustrando a expectativa contida na contratação do seguro, de que em caso de sinistro o reparo será feito com brevidade. Por isso, as duas empresas são solidariamente responsáveis por indenizar os danos sofridos pela leitora e poderão ser acionadas na Justiça em conjunto ou separadamente, pelos prejuízos materiais e pelos danos morais.
Nissan Sentra
Conta salgada do reparo do câmbio
Comprei um Sentra novo há três anos. Assim que a garantia expirou, o carro apresentou um sério problema no câmbio e a concessionária apresentou um orçamento no valor de R$ 22 mil para o conserto. Estou até agora aguardando uma solução para o caso e, enquanto isso, fico sem o veículo que uso para trabalhar. Acho um absurdo um carro pouco usado apresentar defeito tão grave e eu não ter nenhum direito como cliente.
Maria Iolanda Pereira Andrade, Capital
Nissan responde: solucionamos os inconvenientes reportados.
A leitora diz que a garantia acabou em 17 de agosto e o defeito surgiu em 5 de outubro. Ela teve de pagar pelo conserto, mas conseguiu um desconto e a conta ficou em R$ 1.470.
Advogado: mesmo que tenha vencido o prazo de garantia dado pela montadora, a chamada garantia contratual, a lei obriga o fornecedor a responder pela qualidade do produto durante o tempo de duração de seus componentes. É a chamada garantia legal. Assim, caso seja possível aferir que o câmbio apresentou a avaria dentro do seu prazo normal de durabilidade, a leitora poderá pleitear o reparo sem ônus.
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