Com três meses de uso, meu Fiesta começou a apresentar uma estranha trepidação. Demorei para descobrir a causa do problema, pois nas autorizadas nenhum consultor explicava que havia defeito no câmbio automatizado. Depois disso, quando finalmente encomendei a peça, a concessionária perdeu a requisição, tive de fazer um novo pedido e até o momento estou na mão. Já são seis meses de enrolação, a peça nunca chega à oficina e, nas minhas queixas semanais à central 0800 da marca, tudo que dizem é que não há previsão de solução e que eu tenho de aguardar. Por que a montadora não faz logo um recall dos carros com esse problema? Como fica o comprador?
Isabella Haib Labiapari, CAPITAL
Ford responde: a questão foi solucionada.
A leitora diz que foi feita a troca do kit embreagem do veículo, sem ônus, mas o carro ainda apresenta ligeira trepidação.
Advogado: a concessionária deveria ter solucionado o caso em até 30 dias, pois a falta de peça não é motivo previsto em lei para que a empresa possa extrapolar esse prazo. Nesses casos, o consumidor pode realizar o serviço em oficina idônea e pedir o reembolso do valor, uma vez que submeter o cliente à espera por prazo indeterminado configura abuso de direito por parte do fornecedor, único a ser responsabilizado pela falta de peças no mercado.
Leia outras queixas publicadas nesta semana na coluna Defenda-se
CHEVROLET ONIX
Falta de tecido para os bancos
Na revisão de 35 mil km do meu Onix, que ainda estava na garantia, foi constatado defeito no assento do banco do motorista. As peças foram pedidas à fábrica, que forneceu apenas a espuma, mas não o tecido. Já fiz outras três revisões e a montadora ainda não mandou o item, que estaria em falta. Será que, desde que fiz esta queixa, a Chevrolet não fabricou nenhum outro Onix, por não ter mais tecido para revestir os bancos?
Nilton Silverio Costa e Silva, CAPITAL
Chevrolet responde: o veículo foi reparado e entregue ao cliente.
O leitor confirma a informação.
Advogado: como nesse caso o pedido de troca do veículo não se justificaria, até porque o consumidor não se viu impedido de usar o carro, a solução possível seria fazer o serviço em uma oficina independente e depois pedir o ressarcimento dos valores gastos no reparo à fabricante.
VW GOL
‘Estica e puxa’ na carroceria
Comprei um Gol zero-km e logo percebi que, quando rodava a 80 km/h, o ar se infiltrava na cabine, produzindo um forte assovio. Levei o carro à Itavox Osasco, onde foi feito um ajuste na parte superior das portas, comprometendo o alinhamento entre as dianteiras e as traseiras. Cerca de um mês depois, voltei à autorizada, mas o segundo reparo apenas piorou a situação. Reclamei à central de atendimento da Volkswagen, que me encaminhou à Itavox Consolação, pois a loja de Osasco havia fechado. O gerente pediu que eu aguardasse até que o funileiro voltasse de férias, para então levar meu carro para novo reparo. Mas a filial da Consolação também encerrou suas atividades e estou há mais de seis meses sem uma solução.
Marcos Roberto da Cruz Barbosa, OSASCO (SP)
VW responde: o veículo, após passar pelos serviços necessários, foi entregue ao cliente em condições normais de uso.
O leitor diz que o terceiro reparo, feito durante a revisão dos 40 mil km, também deixou as portas desalinhadas, fazendo com que a esquerda raspasse no para-lama ao abrir. Na tentativa seguinte, para resolver esse problema, deslocaram o para-lama para frente, deixando-o desalinhado em relação ao capô. Além disso, as portas rangem e seus parafusos de fixação ficaram com marcas de chave. Ele alega que o carro sofrerá desvalorização na hora da revenda, por causa das intervenções desastradas da rede autorizada VW.
Advogado: o consumidor não está obrigado a aguardar indefinidamente pela correção de defeito originado pela própria montadora. Nesse caso, ele pode realizar os serviços necessários por conta própria, em oficina idônea de sua confiança, e depois exigir o reembolso dos valores, com correção monetária e juros de mora.
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