Los Angeles, nos Estados Unidos, é também conhecida como “cidade do pecado”, local perfeito para a BMW Motorrad fazer uma das maiores travessuras de sua história. A marca escolheu a cidade californiana para o lançamento mundial da G 310 R, sua primeira moto de baixa cilindrada. O modelo promete inserir novos clientes no mundo de alta tecnologia e performance da montadora. Não há ainda informações sobre qual será o preço da moto, já que ela só será produzida no Brasil perto da chegada do segundo semestre do ano que vem. No entanto, ele deve beirar os R$ 23 mil.
Durante as mais de seis horas de avaliação da moto, foi possível perceber que ela não vem ao mercado de brincadeira. Seu motor de 313 cm³, com 34 cv a 9.500 rpm e 2,8 mkgf a 7.500 rpm, é nervoso e a deixa bem arisca, ajudada pelo cambio com marchas curtas, ideais para ganho de velocidade. Na estrada, porém, em velocidades mais altas, ela fica pedindo uma sétima marcha que não existe para deslanchar mais.
Mas como ela não é uma moto estradeira, tem perfil mais urbano, a idéia de encurtar o cambio não é um erro. O motor ainda tem uma concepção pouco comum: a saída de escape fica para trás e a admissão na frente. Isso ajuda a dar mais estabilidade em alta. A vibração do monocilíndrico fica mais acentuada aos 5 mil giros, antes disso ela é bem suave. O único porém do conjunto é que não é tão fácil assim colocar a posição do câmbio no neutro (ponto morto).
A posição de pilotagem e ótima. Ela é baixa, com 78,5 cm de altura do assento, mas não o suficiente para atrapalhar em curvas. E com isso também é ótima para manobrar ela parada. Somente lá pelas 5 horas de viagem que o bom assento começou a incomodar. O piloto também fica com a posição dos braços e das pernas bem encaixada, evitando desgaste.
Os garfos dianteiros são ótimos para curvas e permitem até algumas ousadias seguras. No entanto, precisarão ser ajustados para os buracos do Brasil para aumentar o conforto ao rodar. Na traseira, o monoamortecimemto dá conta de segurar o peso do motorista e grudar a roda traseira no chão em curvas mais rápidas, como as feitas na mítica Mulholland Highway, local povoado de carros esportivos originais e mexidos esperando sua vez na fila de acelerar.
Os freios a disco simples nas duas rodas, com 300 mm na frente e 240 mm atrás, respectivamente, com ABS, são muito eficientes, principalmente o dianteiro, mas o pedal do freio traseiro poderia ser um pouco maior. O painel, digital e analógico, é informativo e fácil de ver mesmo com o sol a pino em cima.
Em termos visuais, a moto arrasa. Ela tem um ótimo porte, nem parece ser apenas uma trezentas, carenagem moderna e uma rabeta limpa e fina, o que aumenta a sensação de esportividade. Não foram informadas ainda as cores que estarão disponíveis no Pais, mas na avaliação nos EUA havia a tradicional branca, azul e vermelha, cores de competição da BMW, uma bela azul e uma preta que não chama tanta atenção.