Comprei um EcoSport novo há três anos e quatro meses. Ao longo desse período, o câmbio sempre apresentou uma ligeira trepidação, mas eu achava que isso era normal. Próximo do fim da garantia (de três anos), recebi uma carta da Ford estendendo a cobertura de fábrica do câmbio por mais dois anos. Pouco tempo depois, o câmbio superaqueceu e provocou uma pane no veículo. O carro ficou dois dias na concessionária e, após ser liberado, percorreu apenas 1 km e o problema voltou. Dessa vez, a autorizada reconheceu que seria necessário substituir a peça defeituosa. Passados 20 dias, porém, fui informado de que a Ford não aprovou o conserto. Enviei à autorizada cópia da carta que havia recebido. Mesmo assim, mais de 30 dias se passaram e o caso permanece sem solução.
José Roberto Cazeri, CAPITAL
Ford responde: caso resolvido.
O leitor diz que o câmbio foi substituído um mês e meio após o envio da queixa ao jornal, totalizando 70 dias de espera.
Advogado: ainda que a Ford não tivesse tido a iniciativa de prolongar a garantia contratual do câmbio, ela estaria obrigada a promover o reparo sem ônus até o fim do tempo de vida útil desse componente, por força da chamada garantia legal.
Veja as outras queixas publicadas na coluna Defenda-se desta semana
TROLLER
Bancos soltos e barulhentos
Comprei um Troller novo e só venho tendo problemas. Quando retirei o veículo, identifiquei um ruído no banco do motorista, que a oficina da concessionária não conseguiu eliminar. Depois, o banco traseiro também começou a fazer barulho, como se tivesse um chocalho acoplado. Levei o jipe a outra autorizada e, para minha surpresa, disseram que trata-se de um problema crônico, que só será resolvido com a substituição dos dois bancos, e que não há previsão para quando a Ford (dona da Troller) fornecerá as peças. Quatro meses se passaram e não recebi sequer uma satisfação da autorizada ou da montadora. Hoje, com 6.500 km rodados, meu jipe parece um carro velho. Toda vez que aciono o freio, parece que o banco do motorista vai se soltar do trilho, enquanto ouço o chocalho vindo do banco de trás. A Ford/Troller não tem o menor respeito com seus clientes. A maneira como somos atendidos pela central da marca é piada, parece que estamos pedindo um favor. Queria só ver a Ford fazer isso em seu país de origem!
Arnaldo Mendes Pires, TERESÓPOLIS (RJ)
Troller responde: a substituição do conjunto de bancos foi feita e consideramos o caso resolvido, já que não recebemos queixas posteriores sobre o assunto.
O leitor confirma a informação.
Advogado: todo defeito deve ser reparado em até 30 dias, contados da data da primeira reclamação. Ultrapassado esse período, o consumidor ganha o direito à troca do veículo por um novo. Ele também pode executar o reparo em oficina idônea e exigir que a montadora lhe reembolse o valor gasto.
HDI SEGUROS
Perda total recusada
Meu Honda Fit sofreu colisão traseira e foi transportado pela HDI Seguros à autorizada HVille. Duas semanas depois, a concessionária apresentou um orçamento para o reparo, informando que a longarina do veículo havia sido muito danificada e o alinhamento da carroceria ficaria comprometido. A seguradora não concordou e transferiu o carro para a HFlora, que prestou declarações idênticas quanto à severidade dos danos. Mesmo assim, a empresa se recusa a dar perda total em meu carro. Peço ajuda, pois os danos constarão no prontuário do veículo e serei prejudicado com sua consequente desvalorização.
Euflanio Rosenval Domingues, BARUERI (SP)
HDI responde: caso resolvido.
O leitor confirma a informação.
Advogado: quando ocorre um sinistro, a reparação por parte da seguradora, com pagamento do conserto ou indenização pela perda total do veículo, deve corresponder estritamente àquilo que foi contratado com o segurado. Em caso de dúvida, a interpretação das cláusulas contratuais deve ser feita sempre da maneira mais favorável ao segurado, que é a parte mais fraca na relação de consumo.
Quer participar? Envie um resumo do problema com seu nome, RG, CPF, endereço com município e telefones de contato para jcarro@estadao.com