NÍCOLAS BORGES
Além de ser feita pela Honda, a curiosa EZ-9 Cub que enfeita esta página tem outro ponto em comum com o NSX da capa desta edição: ela também pertenceu a Ayrton Senna. E assim como fizemos com o carro, aceleramos esse brinquedo de duas rodas.
Não que ela seja coisa de criança, mas a moto diverte muito com seu motor de 90 cm3. A potência é de 7,8 cv a 6.250 rpm, mais do que suficientes para carregar os 85 kg do modelo.
Ainda mais com a relação bem curta na transmissão automática CVT e as rodas pequenas (12” na frente e 10” atrás).
Outro ponto positivo – mais subjetivo – é o ronco agudo e nervoso, típico dos propulsores dois-tempos.
Apesar de pequena, a motinha, feita de1990 a 1996, é uma bela obra de engenharia. O propulsor é um bom exemplo. Inclinado para a frente, tem um inteligente sistema que faz o efeito de freio-motor, comum nos quatro-tempos. Falando em freio, o de trás pode ser acionado no pedal ou no manete.
O atual dono dessa Hondinha é um empresário que se identificou apenas como José Luís, que a arrematou em um leilão beneficente há cerca de cinco anos. “Ando com ela sempre que posso”, diz.
A pintura original, branca com detalhes azuis e vermelhos, foi trocada há um mês na oficina Batistinha Garage, na Barra Funda, zona oeste. Deu lugar a uma que remete ao Lotus F-1 de 1985, com o clássico e belo visual preto e dourado.
História
O tricampeão de Fórmula 1 rodava com a motocicleta nos fins de semana nos autódromos, principalmente para reconhecer detalhes das pistas.
O piloto ganhou a moto da Honda, que fornecia motores para a McLaren, equipe em que Ayrton correu de 1988 a 1992.
A proposta da montadora com a EZ-9 Cub era de tornar acessível ao maior número possível de pessoas os prazeres da pilotagem off-road.
Sérgio Castro/AE