Há exatos 30 anos era apresentado um dos maiores ícones da história automobilística, a Ferrari F40. O superesportivo foi criado para celebrar os 40 anos da marca e foi produzido entre 1987 e 1992, período em que ocupou o posto mais alto na gama italiana e povoou os sonhos de apaixonados por carro no mundo inteiro.
Inicialmente, a Ferrari previa construir apenas 400 unidades do modelo, que substituiria a exótica 288 GTO. Mesmo com o preço ao redor dos US$ 400 mil na época do lançamento, a procura foi muito grande, com compradores pagando até quatro vezes mais pelo carro zero quilômetro. Ao todo, foram feitas 1.311 unidades da F40, incluindo versões de rua e de pista.
O sucesso, inclusive, se tornou polêmico, já que a Ferrari foi “acusada” de lançar um carro de rua comemorativo somente para alavancar seu faturamento, em baixa na época. Os preços elevados de uma 288 GTO usada e a oferta limitada do Porsche 959, lançado um ano antes e principal concorrente da F40, fizeram os valores da nova Ferrari dispararem. Tanto que em 1990, estimava-se que apenas 10% das F40 eram de fato usadas, o restante estaria guardado em garagens aguardando a supervalorização.
Aliás, a F40 tinha uma abordagem esportiva bem diferente do 959. Enquanto o Porsche era o suprassumo da tecnologia na época, com direito a suspensões reguláveis automaticamente, a F40 era um “back to basics”, com muita simplicidade a bordo, baixo peso e um V8 biturbo de 478 cv bem nas costas do motorista – e nenhuma assistência eletrônica.
A potência pode nem parecer muito alta para os padrões atuais, mas era suficiente para levar a F40, que pesa apenas 1.369 kg (menos que um Jeep Renegade) aos 100 km/h em pouco mais de quatro segundos e à velocidade máxima de 324 km/h, marcas respeitáveis ainda hoje.
Apesar de não ter sido desenvolvida com as pistas em mente, a F40 deixava claro que o desempenho absoluto era mesmo seu foco principal, inclusive em detrimento do conforto dos ocupantes e até da usabilidade em geral. O clássico enorme aerofólio traseiro bloqueava quase toda a visão traseira e a ausência de qualquer assistência na direção tornava manobras um suplício segundo a imprensa especializada na época.