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Com o Kwid, Renault investe na simplicidade
Avaliação

Com o Kwid, Renault investe na simplicidade

Novo hatch de entrada da Renault parte de R$ 29.990 com motor 1.0 de 70 cv e muita simplicidade a bordo

Hairton Ponciano Voz

04 de ago, 2017 · 7 minutos de leitura.

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Renault Kwid Intense
Crédito:Foto: Rodolfo Buhrer/Renault

O banco não tem ajuste de altura, a coluna de direção não é regulável e não há comandos no volante – a não ser o que aciona a buzina. As rodas são presas por apenas três parafusos, a alavanca que destrava o capô é tão simples que parece o afogador dos carros antigos. O limpador de para-brisa é único e o motor ainda tem tanquinho para partida a frio. E este hatch deverá ser um sucesso!

Durante a apresentação do Renault Kwid à imprensa, a palavra “frugal” foi repetida várias vezes. “Simples” também foi outro termo recorrente. E ambos se aplicam com perfeição ao novo hatch da marca francesa. Ele traz o essencial, mas em contrapartida chega com preço para ameaçar concorrentes como Fiat Mobi e Volkswagen Up!.

O Kwid é um carro projetado para custar pouco. O preço começa em R$ 29.990 na versão Life, sobe para R$ 35.390 na Zen e chega a R$ 39.990 na Intense. Como comparação, o Fiat Mobi parte de R$ 34.210, e o Volkswagen Up! começa em R$ 37.990. Com exceção da pintura branca, que não tem custo adicional, as demais acrescentam R$ 1.400 ao preço.

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Seus maiores trunfos são os quatro air bags (dois laterais, além dos dois frontais, obrigatórios) e duplo sistema Isofix, para fixação de cadeirinha infantil. O motor 1.0 de três cilindros, 12 válvulas e duplo comando rende 70 cavalos com etanol e 66 cv com gasolina. É a menor potência entre os 1.0, mas em compensação o Kwid é muito leve. Dependendo da versão, varia de 758 a 786 kg. O Mobi, mesmo sendo 12 cm mais curto, pesa mais de 900 kg.

A razão é que o Kwid só recebeu o que era indispensável. Ele utiliza a plataforma denominada CMFA, empregada também no Datsun Redi-Go, à venda na Índia. A Datsun é uma marca de baixo custo da Nissan. O Mobi, ao contrário, foi uma adaptação do Uno, ou seja, um projeto que fez o caminho contrário: nasceu maior e foi reduzido.

Além dos sinais de simplicidade já expostos no primeiro parágrafo, mesmo na versão mais cara as calotas disfarçam as rodas de ferro de 14 polegadas. Por dentro, além do plástico rígido que reveste painel e portas, o hatch tem tampa de porta-luvas que, quando aberta, cai sem a menor cerimônia sobre as pernas do passageiro, e há parafusos aparentes em qualquer direção que se olhe.


Andando, o hatch – que a empresa classifica como “SUV”, utilitário-esportivo – mostrou desenvoltura no trânsito urbano. A direção elétrica é leve e o câmbio tem bons engates. Já o pedal de freio não é muito sensível, e é preciso pisar firme para o carro parar.

Os comandos dos vidros elétricos (disponíveis na versão mais cara, e apenas nas janelas frontais) ficam no centro do painel, e não há sistema “um toque” para descida e subida totais. Se o motorista abrir levemente o braço esquerdo bate o cotovelo na porta.

O quadro de instrumentos traz o básico (conta-giros, velocímetro e um display digital com computador de bordo, nível de combustível e indicador de troca de marcha). A versão básica não tem conta-giros. A mais cara, porém, vem com central multimídia, câmera de ré e GPS.


Na estrada, a carroceria a 18 cm do chão – um dos atributos que o qualificam como “SUV” (os outros são os ângulos de entrada e saída) – faz o carro balançar mais que o normal em caso de vento lateral e curvas.

Além disso, a 120 km/h, o motor trabalha a quase 4.000 rpm, rotação um pouco elevada para a velocidade, e provavelmente a causadora do consumo rodoviário elevado. Com gasolina, a montadora declara média de 14,9 km/l na cidade e 15,6 km/l na estrada. Com etanol também não há muita diferença entre consumo urbano (10,3 km/l) e rodoviário (10,8 km/l).

Na traseira, o espaço é bom para dois adultos. Mais do que isso, é aperto na certa. O porta-malas para 290 litros se equipara ao dos Volkswagen Up! e Gol (285 l). O tanque de combustível é minúsculo (38 litros), e assume o posto de menor da categoria. Embora seja classificado como um “SUV”, a praia do Kwid é mesmo a cidade.


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Jornal do Carro
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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.