Queridinhos do público, Creta e Toro ficaram com o segundo lugar em vendas em seus respectivos segmentos no ano passado. Embora sejam distintos no conceito, como o utilitário-esportivo e a picape têm preços relativamente próximos e disputam o mesmo tipo de público, decidimos colocá-los frente a frente neste.
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O Hyundai Creta comparece na versão Prestige 2.0, cuja tabela parte de R$ 100.990, enquanto a Fiat Toro Freedom 1.8 tem preço a partir de R$ 90.990. Entre as semelhanças, os dois têm câmbio automático de seis marchas.
Apesar da tabela 12% maior, o Hyundai venceu por ter revisões e seguro mais baratos, desempenho melhor, ser mais equipado e ter interior mais prático (há vários porta-objetos, por exemplo).
De série, os dois têm controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sensor de obstáculos atrás, start&stop e controlador de velocidade de cruzeiro, entre outros itens.
A mais, o Creta traz seis air bags, central multimídia com navegador GPS e câmera na traseira, bancos dianteiros com ventilação, espelhos externos rebatíveis e acionamento automático dos limpadores de para-brisa e faróis, além de partida por botão.
No Fiat, para ter a maioria desses equipamentos é preciso pagar R$ 9.261 por um pacote que inclui vários itens de aparência. Já os seis air bags, os bancos ventilados e a partida por botão não são oferecidos nem mesmo como opcionais.
O motor 2.0 do Hyundai gera até 166 cv. Os 27 cv a mais ante o 1.8 do Fiat (até 139 cv) fazem toda a diferença.
Na cidade, o Creta arranca forte, enquanto a Toro demora a embalar. Contribui para isso também o ajuste da resposta do acelerador, mais arisco no Hyundai. Na Fiat, é preciso manter o pé direito pressionando fundo o tempo todo.
Na estrada, o Creta é melhor em ultrapassagens e retomadas, ainda que seu 2.0 seja tão ruidoso quanto o 1.8 da Fiat. Para mitigar a falta de vigor, a picape ganhou a tecla Sport na versão 2018, que segura o giro antes de passar as marchas.
Os dois carros têm câmbios bons, sem trancos e com opção de trocas na alavanca. Nesse caso, o da Toro leva vantagem por ter respostas mais rápidas.
CONFORTO E PRATICIDADE
Na hora de carregar cargas fica clara a principal diferença entre a picape e o utilitário-esportivo. A Toro é mais versátil, mas a praticidade e o conforto a bordo favorecem o Creta.
Com 820 litros de capacidade e possibilidade de levar objetos longos, a caçamba da Fiat vem com capota marítima de série. Mas para que as malas não fiquem correndo soltas, é preciso um separador, vendido à parte como acessório.
O porta-malas do Creta tem “apenas” 431 litros. A vantagem é que dá para pegar objetos, que ficam mais bem guardados, sem sair do carro.
AO VOLANTE DE CRETA E TORO
Em ambos a direção é quase anestesiada. A assistência é elétrica e não dá o “peso” ideal.
Na suspensão, ponto para a Fiat, cuja dianteira tem melhor ajuste. No Creta, a frente tende a levantar nas arrancadas.
Os dois carros lidam bem com piso irregular. Mas a suspensão traseira independente da Toro reduz a rolagem da carroceria em curvas.
Em relação ao espaço interno, Creta e Toro têm dimensões semelhantes. Os dois levam até cinco adultos, mas o túnel central elevado tornará a viagem do terceiro ocupante do banco traseiro pouco confortável.
O Hyundai leva vantagem pela praticidade. Há mais porta-objetos no console central e painel. Na Toro há poucos nichos para objetos, apesar do espaço sob o banco do passageiro da frente, uma ótima sacada.
O acabamento do Creta lembra o do HB20. Ou seja: é aceitável para o compacto, mas fica devendo quando se trata de um carro na faixa dos R$ 100 mil.
A Toro dá show nesse quesito. Há bons materiais e o interior tem desenho inspirado.