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Citroën C4 Lounge encara os sedãs Corolla, Civic e Cruze
Comparativo

Citroën C4 Lounge encara os sedãs Corolla, Civic e Cruze

Cruze, Civic, Corolla e C4 Lounge são bons de dirigir e espaçosos, mas também têm muitas diferenças entre si

Hairton Ponciano Voz

04 de jul, 2018 · 11 minutos de leitura.

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corolla
C4 Lounge encara o líder Corolla, além dos Civic e Cruze. CRÉDITO: FELIPE RAU/ESTADÃO
Crédito:COMPARATIVO

A exemplo da maioria dos utilitários-esportivos, os sedãs também têm tração apenas nas rodas dianteiras. Como poucos SUVs, o espaço no porta-malas é amplo. E, como nenhuma perua, alguns modelos de três volumes conseguem manter bom nível de vendas.

Este comparativo é a prova de que há vida interessante fora do mundo dos SUVs. Reunimos os três sedãs mais vendidos entre os médios, e acrescentamos um quarto elemento, o Citroën C4 Lounge, que passou por reestilização há três meses.

Avaliamos o campeão de vendas Toyota Corolla XEi (R$ 105.990), o vice-líder Honda Civic EXL (R$ 107.900), o terceiro colocado Chevrolet Cruze LTZ (R$ 109.790) e acrescentamos o Citroën C4 Lounge Shine (R$ 103.890).

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Em comum, além do preço um pouco acima dos R$ 100 mil e da letra “C” no início, esses três sedãs médios têm amplos porta-malas, são bem equipados e possuem bom acabamento interno. Mas cada um tem receita própria de estilo e mecânica. Pesamos os prós e contras desse quarteto e analisamos a “personalidade” de cada modelo. Qual combina mais com você?

Corolla investe em receita tradicional

Quando você entra no Corolla – que na versão XEi (intermediária), como a avaliada, custa R$ 105.990 –, tem a impressão de que voltou no tempo. O líder de vendas dos sedãs médios tem interior de estilo antigo. A tela da central multimídia fica na vertical, ao contrário dos monitores inclinados de projetos mais modernos, que favorecem a visualização.


O melhor do Corolla é o que não se vê. Em movimento, o Toyota é irrepreensível. Esqueça qualquer impressão negativa com relação a câmbio automático CVT. O sedã estabeleceu um novo patamar para esse tipo de transmissão. Não há nenhuma demora nas respostas. A tecla “sport” no console deixa o carro ainda mais ágil. Pode-se trocar marchas no volante (o sistema simula sete velocidades).

O motor 2.0 flexível de até 153,6 cv garante bom desempenho. Embora a suspensão traseira tenha eixo de torção, ela é bem acertada e isola muito bem as imperfeições do piso. O sedã é estável nas curvas e tem rodar muito silencioso.

Motor turbo e custo-benefício são o forte do C4


O desempenho é muito bom e a ignição fica do lado esquerdo do volante. As semelhanças com os carros da Porsche param aí, mas o Citroën C4 Lounge tem seus próprios trunfos. O modelo, que passou por reestilização, preservou suas qualidades, caso do motor 1.6 turbo, de até 173 cv. O conjunto, que inclui câmbio automático de seis marchas, garante satisfação ao volante. O acabamento é bom e o espaço no banco traseiro, amplo.

O preço é competitivo: a versão Shine, a mais cara da gama (R$ 103.890), está abaixo das intermediárias dos concorrentes, e traz de série itens como rodas aro 17, controles de estabilidade e tração, chave presencial, bancos de couro, acionamento automático de faróis (full-LEDs) e limpadores, câmera traseira, navegador por GPS, seis air bags e teto solar.

Em suma, o sedã da Citroën não passa vergonha quando está diante dos “três grandes” da categoria. O modelo sempre foi sucesso de crítica, mas as vendas nunca corresponderam no mesmo nível.


Arrojado no visual; comedido no desempenho

Não faz muito tempo, sedã era considerado carro de “tiozão”, estigma que a Honda derrubou com o Civic de oitava geração (de 1996) e sepultou com o modelo de décima (e atual) geração (2016). O três-volumes é o mais arrojado do segmento, tanto por fora quanto por dentro.

A posição ao volante é boa e o painel forma um belo conjunto com o console alto. Uma das exclusividades do Civic é o botão “brake hold”. Com ele acionado, pode-se soltar o pedal de freio em paradas de semáforo, por exemplo. Para liberar, basta pisar no acelerador.


O Honda tem motor 2.0 aspirado de até 155 cv, associado à transmissão continuamente variável (CVT), que retarda um pouco as respostas. O resultado disso é que o desempenho não está à altura do visual (o motor turbo é oferecido só na versão Touring). O porta-malas é o maior do quarteto, mas as cotações de seguro ficaram acima das verificadas nos concorrentes. Embora a versão considerada seja a EXL, a unidade das fotos é da EX.

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Com motor 1.4 turbo, Cruze anda muito e gasta pouco


Se o objetivo deste comparativo fosse separar o melhor de cada carro para montar uma espécie de sedã ideal, provavelmente o câmbio do Cruze estaria nessa seleção. A transmissão automática de seis marchas faz trocas suaves e praticamente imperceptíveis, como se fosse CVT, mas sem sacrificar o desempenho. Muito pelo contrário: o sistema trabalha em ótima sintonia com o motor 1.4 turbo de até 153 cv, flexível de injeção direta. Além do bom desempenho, o Chevrolet é também o mais econômico do quarteto.

O modelo da Chevrolet roda com suavidade e agilidade. O silêncio a bordo impressiona e o acabamento é satisfatório, com painel revestido de couro. O estilo é moderno. Não chega a ser tão radical quanto o do Civic nem tão convencional quanto o do Corolla ou do C4 Lounge.
Dos quatro, o Cruze é o que oferece o maior nível de equipamentos, embora seja também o mais caro. A versão LTZ (topo) custa R$ 109.790.

De série, há rodas aro 17, seis air bags, navegador por GPS, câmera na traseira, etc. Além disso, o Cruze traz também itens como central multimídia com tela de 8” e sistema start&stop (desliga o motor em paradas de semáforo, por exemplo).


Afora esses equipamentos, há ainda uma lista de opcionais, que oferece sistema de estacionamento automático, carregador de celular por indução, farol alto adaptativo, indicador de distância do veículo da frente, alerta de colisão frontal e de saída da faixa de rolamento. Com isso, o preço sobe para R$ 118.390.

OPINIÃO: Não é fácil sedã sem ser japonês


Há muito tempo, Honda e Toyota são “donas” do segmento de sedãs médios. Ao longo dos anos, elas vêm alternando a liderança entre si, e costumam ter volume de vendas muito acima do dos demais participantes. O curioso é que o sucesso comercial não reflete o nível tecnológico dos automóveis. Atualmente, o Corolla domina com folga o ranking, mesmo tendo adotado controle de estabilidade só no ano passado. Isso é um exemplo de como se comporta esse público.

Quem compra sedã busca confiabilidade e segurança no pós-venda, e é aí que as marcas japonesas acabaram conquistando a fidelidade do cliente. Quem tem Corolla troca por Corolla. O mesmo vale para o Civic.

Novos concorrentes sofrem para entrar nesse mercado. Tomemos como exemplo o Chevrolet Cruze e o Citroën C4 Lounge. Ambos têm motores mais modernos que os da dupla japonesa. O Cruze de segunda geração chegou há menos de dois anos ganhando comparativos dos modelos tradicionais, mas não consegue ir além do terceiro lugar no ranking.


Com o C4 Lounge não foi diferente. O sedã da Citroën também tem um ótimo motor 1.6 turbo desde a versão básica, mas vende por ano menos do que o Corolla vende por mês. Resumo da história: não é fácil ser sedã sem ser japonês.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”