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Combustível adulterado é ameaça no tanque
Manutenção

Combustível adulterado é ameaça no tanque

Gasolina ou etanol adulterados podem causar danos graves no motor e prejuízos elevados para o proprietário; combustível deve vir de postos com garantias

Igor Macário

24 de out, 2018 · 4 minutos de leitura.

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combustível
ANP aprova delivery de combustível e fim da fidelidade de bandeira, entenda as mudanças
Crédito:Sergio Castro/Estadão

A situação ainda é comum: após sair do posto, o motorista percebe mudanças no comportamento do carro. Engasgos e falta de força são os primeiros sintomas de que o tanque pode ter sido abastecido com combustível adulterado. Se nada for feito, as consequências poderão ser graves, com risco até de o motor fundir.

Segundo o diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves, caso o combustível ruim for detectado logo e os sintomas não forem muito além de engasgos e aumento de consumo, basta completar o tanque com gasolina aditivada ou etanol e fazer o motor queimar a mistura “contaminada”. Além disso, o proprietário do veículo deve procurar os serviços de reclamação da distribuidora da marca do posto ou o canal de queixas da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Se o comportamento do carro piorar rapidamente, o melhor é procurar um mecânico para retirar todo o combustível do tanque. “É importante guardar uma amostra do combustível ruim para análise posterior”, sugere Gonçalves.

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Caso as falhas persistam, será necessário fazer uma intervenção corretiva. Os solventes usados para adulterar o combustível podem danificar velas e sensores e entupir injetores e filtros.

As velas são componentes relativamente baratos, vendidas por cerca de R$ 50 o jogo com quatro para um Fiat Palio 1.0, por exemplo. Mas o prejuízo pode crescer exponencialmente se o combustível ruim for usado por muito tempo e danificar peças mais complexas. Só o sensor de oxigênio para um BMW X1 custa R$ 350.

Casos extremos

O pior dos cenários é quando o combustível adulterado, com octanagem reduzida pela mistura indevida, causa acúmulo de carbono nas válvulas e paredes dos cilindros. Em casos extremos, as peças podem quebrar e exigir retífica ou até a troca do motor, o que eleva o custo para milhares de reais.


“O melhor a fazer é evitar abastecer em postos sem bandeira ou que vendem combustível de procedência duvidosa.”, explica Gonçalves.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”