A situação ainda é comum: após sair do posto, o motorista percebe mudanças no comportamento do carro. Engasgos e falta de força são os primeiros sintomas de que o tanque pode ter sido abastecido com combustível adulterado. Se nada for feito, as consequências poderão ser graves, com risco até de o motor fundir.
Segundo o diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), Rogério Gonçalves, caso o combustível ruim for detectado logo e os sintomas não forem muito além de engasgos e aumento de consumo, basta completar o tanque com gasolina aditivada ou etanol e fazer o motor queimar a mistura “contaminada”. Além disso, o proprietário do veículo deve procurar os serviços de reclamação da distribuidora da marca do posto ou o canal de queixas da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Se o comportamento do carro piorar rapidamente, o melhor é procurar um mecânico para retirar todo o combustível do tanque. “É importante guardar uma amostra do combustível ruim para análise posterior”, sugere Gonçalves.
Caso as falhas persistam, será necessário fazer uma intervenção corretiva. Os solventes usados para adulterar o combustível podem danificar velas e sensores e entupir injetores e filtros.
As velas são componentes relativamente baratos, vendidas por cerca de R$ 50 o jogo com quatro para um Fiat Palio 1.0, por exemplo. Mas o prejuízo pode crescer exponencialmente se o combustível ruim for usado por muito tempo e danificar peças mais complexas. Só o sensor de oxigênio para um BMW X1 custa R$ 350.
Casos extremos
O pior dos cenários é quando o combustível adulterado, com octanagem reduzida pela mistura indevida, causa acúmulo de carbono nas válvulas e paredes dos cilindros. Em casos extremos, as peças podem quebrar e exigir retífica ou até a troca do motor, o que eleva o custo para milhares de reais.
“O melhor a fazer é evitar abastecer em postos sem bandeira ou que vendem combustível de procedência duvidosa.”, explica Gonçalves.