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Mitsubishi também demite Carlos Ghosn da presidência
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Mitsubishi também demite Carlos Ghosn da presidência

Depois da Nissan, conselho da Mitsubishi também votou pela demissão de Carlos Ghosn

Ma Jie, da Bloomberg

26 de nov, 2018 · 5 minutos de leitura.

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ghosn
Ghosn não é mais presidente da Mitsubishi também. CRÉDITO: Kimimasa Mayama/EFE
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A vida de Carlos Ghosn não para de se complicar. Depois do conselho de administração da Nissan votar pela demissão do executivo, foi a vez da Mitsubishi. O conselho da outra montadora japonesa também optou pela demissão de Ghosn após as acusações e prisão no Japão.

“Manter Ghosn como nosso presidente poderia representar um risco reputacional para a nossa companhia”, afirmou Osamu Masuko, CEO da Mitsubishi. Ele agora assume também as funções de presidente do conselho.

Diferentemente das duas companhias japonesas que fazem parte da aliança, a francesa Renault, ainda não decidiu pela demissão de Ghosn. Todavia, nomeou um interino uma vez que sua prisão foi prolongada na última quinta-feira (22) por mais dez dias.

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BRIGA DE PODER

Apesar da Nissan, aparentemente ter as provas dos crimes cometidos por Ghosn, a questão toda gira em torno de uma briga por poder. O executivo brasileiro preparava a fusão completa entre as três empresas dentro dos próximos meses.

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Segundo fontes da agência de notícias Reuters, o negócio seria feito de maneira “indissolúvel”. Como hoje a Nissan é maior que a Renault, tanto em vendas, quanto em rentabilidade, a companhia japonesa não gosta da ideia de perder independência – o que hoje tem no atual molde da aliança.

Apesar disso, a Nissan está “nas mãos” da Renault. Quando a aliança foi formada, a Renault estava em melhores condições e salvou a Nissan da crise. Com isso, teve direito a 34% das ações com direito a voto da marca japonesa. Enquanto a nipônica carrega apenas 15% de ações da francesa e sem direito a voto.


AS ACUSAÇÕES

Carlos Ghosn foi preso na última segunda-feira (19) por suspeita de ter usado filiais da Nissan para dissimular pagamento de quase US$ 18 milhões para a compra de um imóvel de luxo no Rio de Janeiro, além de uma casa em Beirute.

O empresário que há quase duas décadas ajudou a orquestrar a união entre a francesa Renault e a japonesa Nissan foi preso na segunda-feira (19), no Japão. Conhecido pela capacidade de cortar custos e recuperar em negócios em crise, Ghosn, de 64 anos, é acusado de fraudar sua declaração de renda e de usar recursos corporativos para benefício pessoal. A investigação foi originada a partir de uma denúncia interna e teve a colaboração da Nissan nos últimos meses.

Na terça-feira (20), o jornal japonês Nikkei revelou parte das investigações que apontam para a suspeita de que a Nissan Motors teria criado uma afiliada na Holanda e que, a partir dessa unidade, US$ 17,8 milhões foram pagos em dois imóveis de luxo, no Rio e no Líbano.


De acordo com o jornal, a subsidiária holandesa foi criada em 2010, com um capital de US$ 53 milhões. O dinheiro seria usado para investimentos. Oficialmente, a empresa indicava que aqueles recursos tinham como objetivo apoiar startups, ainda que existam poucas evidências de que o dinheiro acabou tendo mesmo essa finalidade.

Para se chegar a essas informações, funcionários da Nissan usaram uma nova lei no Japão que permite o mecanismo da delação premiada. Ela foi introduzida em junho e o caso do brasileiro é apenas o segundo a envolver o novo mecanismo.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.