A décima geração do sedã Honda Accord está chegando às concessionárias da marca no País com visual atualizado, novo conjunto mecânico e mais tecnologia no pacote. Tabelado a R$ 198.500 em versão única, Touring, ele quer disputar mercado inclusive com representantes de marcas premium.
O desenho da carroceria deixou para trás a caretice do modelo antecessor e segue a mesma direção de estilo do irmão menor Civic. A dianteira é agressiva e traseira tem linhas que remetem a um fastback. Faróis e lanternas são de LEDs e as rodas de 18 polegadas não fariam feio em um esportivo.
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Construído sobre uma nova plataforma, o sedã ficou maior por dentro, mesmo tendo perdido 14 mm de comprimento. A distância entre eixos cresceu 55 mm, deixando a cabine bastante ampla. Os 48 mm extras de espaço para as pernas se fazem notar por quem viaja no banco traseiro. O porta-malas agora tem 574 litros, 68 a mais que no modelo antigo.
Flerte com o luxo das marcas premium
A cabine tem o conforto e a qualidade de acabamento que se espera nessa categoria, com bancos de couro acolchoados e perfurados – os da frente são ventilados e têm ajuste elétrico e memória. O painel, com desenho enxuto que poderia estar em um BMW, traz uma sóbria faixa horizontal que imita madeira.
Os instrumentos mesclam velocímetro analógico e uma tela virtual de 7″, enquanto o console tem outra tela, de 8″, para a operação dos sistemas de som e navegação GPS. Os comandos estão todos à mão e são fáceis de usar – os botões físicos da central multimídia são uma mão na roda quando se está dirigindo.
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Embora tenha como rivais diretos Volkswagen Passat e Toyota Camry, o Accord também está de olho em consumidores que migraram para marcas como Audi e Mercedes-Benz, mas se assustaram com os altos custos de manutenção.
Para atraí-los, a Honda (finalmente) dotou o sedã de recursos como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, assistente para permanência em faixa e frenagem de emergência, além de oito air bags. Comuns em modelos de luxo e presentes até em sedãs médios de marcas generalistas como Chevrolet, VW e Ford, esses itens eram inéditos na linha Honda até então.
Comportamento de esportivo
Mas é em movimento que o Accord realmente cativa o motorista. O novo motor 2.0 turbo, com injeção direta de combustível e 256 cv, tem desempenho condizente com o visual esportivo do carro. Se o novo visual já sinaliza uma guinada, é o o comportamento dinâmico do Accord que deixa a imagem de “carro de tiozão” definitivamente no passado.
A um comando mais forte no acelerador, o sedã se transforma, como se Clark Kent rasgasse a camisa e revelasse o símbolo do Superman no peito. Com torque de 37,7 mkgf surgindo já a 1.500 rpm, ele responde imediatamente em acelerações e retomadas e entrega uma condução empolgante em rodovias.
O modo Sport de condução deixa as coisas ainda mais divertidas: a direção fica mais direta, o mapeamento de injeção fica mais esperto e as trocas de marchas ocorrem em até 6 mil rpm, favorecendo o ganho rápido de velocidade. Mas o vigor dele não desaponta mesmo nos modos normal e econômico.
Também inédito, o câmbio automático de 10 velocidades está muito bem afinado com o motor. Ele faz trocas rápidas e suaves e pode reduzir até quatro marchas de uma vez, se necessário. O acionamento por botões, porém, desagrada. Apesar de deixar o console mais limpo, ele é pouco intuitivo e causa alguma estranheza no início.
Se o Accord se invoca quando provocado, no resto do tempo ele entrega a placidez típica de um sedã de luxo. O rodar é macio e o isolamento acústico passa a sensação de refinamento.
Além disso, o silêncio a bordo é reforçado por um sistema idêntico ao usado em fones de ouvido de aviões. Ele capta os ruídos da rodagem e os neutraliza, enviando à cabine, pelo sistema de som, ruídos de mesma frequência e amplitude invertida. O recurso só deixa de funcionar no modo Sport. Afinal, ao acioná-lo o motorista deixa claro que sua prioridade é a diversão.
Ficha técnica: Honda Accord 2019
Preço sugerido: R$ 198.500
Motor: 2.0, 4 cil., gasolina, 16V
Potência: 256 cv a 6.500 rpm
Torque: 37,7 mkgf entre 1.500 e 4.000 rpm
Câmbio: automático, 10 marchas
Comprimento: 4,88 metros
Porta-malas: 574 litros
Peso: 1.547 kg