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Mustang SUV elétrico será revelado ainda em 2019
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Mustang SUV elétrico será revelado ainda em 2019

Primeiro modelo 100% elétrico da Ford terá autonomia em torno de 480 km e será um SUV baseado no Mustang

Tião Oliveira, de Las Vegas, EUA

10 de jan, 2019 · 7 minutos de leitura.

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mustang
TEASER QUE ANTECIPA SUV ELÉTRICO DO MUSTANG. CRÉDITO: FORD/DIVULGAÇÃO
Crédito:

Mustang, SUV e elétrico, com autonomia para rodar cerca de 480 km com uma única carga das baterias. A Ford não poderia dar um tiro mais certeiro na fórmula de seu primeiro modelo 100% elétrico, que será apresentado nos EUA ainda neste ano. A marca não fez nenhum anúncio oficial a respeito, mas basta recapitular as recentes decisões da empresa para chegar a essa conclusão.

A mais emblemática foi divulgada em abril do ano passado. Na ocasião, a Ford informou que encerraria a produção, nos EUA, dos modelos Fiesta, Focus e Fusion, além do Taurus. A medida faz parte da estratégia para ampliar os investimentos em SUVs e picapes, de modo a ampliar a lucratividade da empresa.

Embora tenha registrado lucro líquido de US$ 1,74 bilhão em 2017, ante US$ 1,6 bilhão de 2016, a margem caiu de 6,4% para 5,2% no mercado norte-americano. A meta da Ford para 2020 é ampliar o lucro para 10% nos EUA e 8% globalmente.

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Para chegar a esse resultado, a Ford deverá cortar US$ 25,5 bilhões em custos. O fim de linha dos quatro sedãs (e das versões hatch também de Fiesta e Focus) nos EUA faz parte dessa operação. Mais recentemente, a marca também comunicou que deixará de produzir a linha Focus na Argentina.

Uma imagem veiculada em setembro deu o primeiro indício de que a Ford fará um SUV elétrico do Mustang. A empresa confirmou que seu primeiro modelo 100% elétrico será lançado em 2020 e, no teaser, ficou claro que o visual seria inspirado no do Mustang. O desenvolvimento está a cargo da Ford Team Edson, divisão focada em projetos de carros elétricos.

Pela imagem é possível ver que o modelo está mais para um crossover. A linha do teto terá caída bastante pronunciada e atrás haverá as tradicionais lanternas de três tiras do Mustang.


Por ora, o projeto é identificado nos corredores da Ford pelo código CX430. Havia rumores de que o SUV inédito seria batizado de Mach 1, nome de uma das versões dos primeiros Mustang, mas isso não está confirmado. O novo modelo será feito a partir de uma variante da plataforma C2, a mesma do Focus, por exemplo.

Publicidade revelou Mustang elétrico

Em outubro, um filme publicitário da Ford veiculado nos EUA revelou a silhueta do novo modelo. Primeiro aparece um Mustang antigo, depois, um da atual geração e, por fim, a imagem do inédito SUV elétrico.


A propulsão 100% elétrica fica clara por causa da dianteira, na qual não há grade. Trata-se de uma característica de veículos movidos a eletricidade, cujos motores não requerem tanta refrigeração quanto os a combustão interna.

No filme é possível perceber que os faróis são estreitos e feitos de LEDs e o capô é curvo. Além disso, o cavalo a galope, símbolo icônico do Mustang, surge iluminado na parte da frente do carro.

SUV elétrico é confirmado pela Ford
A informação derradeira que fecha esse quebra-cabeças foi divulgada na terça-feira, 8. E surgiu durante uma conversa na CES, feira de produtos eletrônicos em Las Vegas, EUA, entre o Diretor Global de Desenvolvimento de Produto para Veículos Elétricos da Ford, Darren Palmer, e um grupo de jornalistas.


Segundo o executivo, que faz parte do Team Edson, o primeiro carro 100% elétrico da Ford será anunciado neste ano e lançado em 2020. Ele confirmou que o modelo será um SUV “altamente desejável e aspiracional.” De acordo com Palmer, o objetivo da Ford não é fazer apenas o melhor elétrico, mas o “melhor carro” de modo geral. “Isso vai ajudar a popularizá-lo. (O elétrico) é o futuro automotivo”, diz.

Palmer afirma ainda que, para ser bem aceito, um modelo elétrico deve ter autonomia de, pelo menos, 300 milhas (cerca de 480 km). “Nós atingimos o ponto em que podemos entregar o que o consumidor precisa”, garante.

O jornalista viajou a convite da Ford


BÔNUS: CARROS QUE NÃO VENDERAM NADA EM 2018

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”