Na história do automóvel, desde sua invenção no final do século 19, seu relacionamento com o homem varia ciclicamente entre amor e ódio.
Já começou mal: um vilão que desbancou o cavalo, carroças e carruagens, além de ser considerado um perigo nas ruas. Prova disso foi a reação da sociedade inglesa quando surgiram os primeiros e desengonçados automóveis. Foi promulgada uma legislação que os restringia, a “Red Flag Law” (lei da bandeira vermelha). Para circular, deveria ter uma pessoa caminhando alguns metros à sua frente com uma bandeira vermelha para avisar que o “perigo” se aproximava. E limitava a velocidade a …. sete quilômetros por hora. A lei foi revogada em 1896 e se permitiu que o “perigo” circulasse a vinte quilômetros por hora.
De vilão ao herói que revolucionou hábitos sociais e econômicos. Muito além de um simples meio de transporte, ampliou fronteiras, transformou-se em símbolo de status, liberdade, realização, sonho de consumo. Instigou estilistas, engenheiros, marqueteiros. Suas linhas, inicialmente quadradas e funcionais, se revestiram de graça e sensualidade. Seu interior se requintou. Foi cantado em prosa e verso. Meu Mustang cor de sangue, meu Corcel cor de mel. Desafiou limites e virou esporte. Desafiou o tempo e virou coleção
oje, é odiado como o cigarro e na “lista negra” porque polui, congestiona e mata. Ações e campanhas atenuam mas não resolvem o trânsito caótico nem a mortandade que provoca. Queima combustíveis fósseis e joga na atmosfera o carbono guardado há seculos no fundo da terra e dos mares. Manifestações do Greenpeace & Cia atribuem ao automóvel uma culpa maior que carrega de fato. Todo o setor de transportes no mundo (terra, mar e ar) é responsável por apenas 14% da emissão de CO2, o gás do efeito estufa.
Em relação à poluição, os governos pressionam as fábricas para reduzir as emissões, além de estimular fontes alternativas de energia. Hidrogênio, etanol, biodiesel e eletricidade entre elas. A energia elétrica virá como solução definitiva para desindexar o automóvel das listas negras da sociedade.
Outros dois problemas provocados pelo automóvel são os congestionamentos e os acidentes. Na pauta de governos e fábricas há tempos, a eletrônica vai se encarregar de resolvê-los com os carros autônomos e conectados.
Tecnologia será solução para caso de amor e ódio?
Apesar de ainda estar engatinhando, o carro autônomo vai certamente reduzir substancialmente os acidentes com automóveis, pois 90% deles atualmente são provocados hoje pelo componente entre o volante e o assento, seja por imperícia, desatenção, imprudência ou alcolismo. Ainda que se levantem questões em relação à segurança do carro sem motorista, ele será muitas vezes mais confiável. Será uma transição complicada, uma completa revolução nos hábitos da sociedade que com certeza irá provocar reações contrárias. Assim como os acendedores de lampião a gás protestaram no final do século 18 contra a iluminação pública elétrica…
Um terceiro problema grave são os congestionamentos, que praticamente deixarão de existir com a autonomia indexada à conectividade dos carros. O volume de automóveis nas ruas e estradas será substancialmente reduzido quando forem autônomos. O mesmo carro que leva o pai para o escritório volta para casa e carrega a mãe para o dentista. E a filha para a escola.
Além de autônomos, os carros serão conectados entre si e com centrais de controle de trânsito. E informados da existência de problemas na rota e de como evitá-los. Nada disso num futuro remoto, pois várias destas funcionalidades já existem, ainda que precariamente. O carro mais sofisticado ainda não é autônomo mas já alerta ou assume o comando quando percebe a desatenção do motorista em determinadas situações. A conectividade também engatinha, mas o Waze já indica o congestionamento à frente e explica como evitá-lo.
Nas oscilações do relacionamento entre homem e carro, estamos prestes a entrar numa fase de amor incondicional…
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PARA COMPRAR: PAINEL VIRTUAL
O painel virtual é um opcional na versão Highline, de topo. O pacote que traz o item custa R$ 3.300 e agrega ao Polo um item exclusivo no segmento. Totalmente configurável, pode mostrar mapa do GPS e funcionamento dos sistemas do carro.
PARA COMPRAR: MOTOR 1.0 TURBO
Motorização padrão das versões Comfortline e Highline, o 1.0 turbo é o mesmo de Up! e Golf, mas rende 128 cv no hatch compacto. É suficiente para dar ao modelo um ótimo desempenho e baixo consumo de combustível.
PARA COMPRAR: SEGURANÇA
As versões com motor turbo tem freios a disco também no eixo traseiro. Mais eficientes, integram pacote compreensivo de itens de segurança que traz ainda ESP e controle de tração. Esses itens são de série nos Polo turbo e opcionais nos 1.0 de entrada e 1.6 MSI. Os air bags laterais são de série em todas as versões e o modelo conseguiu cinco estrelas no crash test do Latin NCAP.
PARA COMPRAR: BOM ISOLAMENTO ACÚSTICO
Silêncio a bordo passa sensção de se estar num carro de categoria superior.
PARA COMPRAR: CÂMBIO BOM
Nos modelos de entrada, o câmbio é um ótimo manual de cinco marchas, com engates precisos e fáceis. Nos turbo, a caixa automática tem seis marchas e passagens suaves e rápidas.
PARA NÃO COMPRAR: VISUAL MORNO
Ainda que as linhas sejam elegantes, o Polo é tão discreto que quase passa batido, principalmente por lembrar (até demais) o nosso Gol.
PARA NÃO COMPRAR: ACABAMENTO FRACO
Mesmo nas versões de topo, o material que reveste a cabine deixa a desejar. Há muito plástico rígido e rugoso em painel e portas, que contrasta com a boa qualidade construtiva da carroceria e silêncio a bordo.
PARA NÃO COMPRAR: VERSÕES DE ENTRADA POBRES DEMAIS
A VW reservou os itens mais interessantes apenas para os Polo com motor 1.0 turbo. As demais, com o 1.0 de aspiração natural ou 1.6 MSI não têm sequer ajuste elétrico dos retrovisores (nem como opcional!).
PARA NÃO COMPRAR: BANCO TRASEIRO JUSTO
Compacto, o Polo leva bem até quatro adultos. Mesmo assim, quem viajar a trás e tiver mais de 1,70 m poderá passar por apertos.
PARA NÃO COMPRAR: PREÇO DA VERSÃO DE TOPO
Apesar de estar na média entre os concorrentes, as versões mais caras do Polo ultrapassam os R$ 70 mil, o que já é bastante dinheiro para um carro de seu porte.
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