De olho (bem) aberto até na compra do carro novo

A compra do carro usado exige muita atenção, mas adquirir um zero km também demanda cuidados; separei os principais que você deve ter

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Comprar um carro seminovo ou um 0 km? Cada um tem seus problemas, pois a manutenção do carro usado pode ter sido negligenciada. Em compensação, o zero km expõe o freguês a várias maracutaias. Separei algumas delas.

Pintura

Veio com riscos, amassados, raspões? Nada de levar o carro para reparar: nem a melhor oficina de Rolls-Royce do mundo tem condições de repintá-lo com a mesma qualidade da fábrica. Pode ficar perfeito na hora da entrega, mas alguns meses depois, as diferenças começam a se destacar.

Pneus

Comece reparando na marca. Pode ser de ótima qualidade, mas tem que estar disponível no mercado de reposição. Caso contrário, peça para trocar as rodas. Ou todo o carro. Atenção também para o estepe, porque às vezes o estoque de pneus está baixo e a fábrica não o coloca numa série de carros. Recebe depois um lote de outra marca e o coloca naquela série. Resultado:  sobressalente com marca diferente dos outros quatro. Cuidado com os run flat, que continuam rodando mesmo murchos: se rasgam numa “cratera”, não rodam mais e você – sem estepe – fica na estrada.

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Proteção

Muitos vendedores empurram (de olho na comissão) o serviço de “proteção” da pintura num carro novo. Os nomes variam: espelhamento, polimento, vitrificação, polimerização e outros. Não aceite: é importante depois que o carro já rodou dois a três anos e a pintura começa a perder o brilho. Mas a fábrica aplica na linha de montagem um verniz de proteção e a primeira operação no tal do “espelhamento” é exatamente passar uma lixa e mandar o verniz para o espaço…

Acessório

Vendedor tenta empurrar acessórios no carro zero para faturar “o seu”. Cuidado: se não for homologado pela fábrica, o carro perde a garantia. Mesmo que ele jure de pés juntos que a concessionária se responsabiliza, há um risco: se o carro for levado a uma outra concessionária para reparo, ela nega a garantia motivada pelo acessório não homologado.

Equipamentos

Para evitar problemas mais tarde, confira rigorosamente todos os itens que acompanham um carro zero km: chave reserva, triângulo, manual, macaco, estepe, chave de roda, etc.


Fim de linha

Pode ser vantajosa a compra de um carro que será substituído daí a algumas semanas por uma nova geração ou um simples face-lift (plástica). Mas o cliente tem que estar ciente do fato e usá-lo na argumentação junto ao vendedor para reduzir seu preço: exigir descontos, acessórios em cortesia, supervalorização do usado, etc. Ou alegar que prefere esperar o novo modelo… Só para pressionar o vendedor.

“Upgrade”

O cliente quer um modelo na versão top de acabamento. O vendedor diz não tê-lo em estoque, mas que equipa uma versão inferior com todos os acessórios da top.  O problema é que, no momento de vendê-lo anos depois, o mercado não vai avaliá-lo como top, mas pela versão original. Que vale bem menos, não importa quanto o dono tenha gasto para equipá-la.

“Duas cabeças”

No final de um ano e no início do seguinte, vem o problema do carro de “duas cabeças”. Ano de fabricação é um, “ano-modelo” é outro: 2018/2019, por exemplo. O vendedor jura que ele sempre será cotado pelo “ano-modelo”, mas nem sempre…


Test-drive

Cuidado no test-drive. É quando o cliente tem condições de conhecer de fato o carro e verificar se atende às suas exigências. Mas tem concessionária “esperta” que imagina um roteiro para disfarçar “probleminhas” do automóvel. Evita trecho com subidas fortes se falta motor. Ou não inclui asfalto ondulado ou com desníveis se a suspensão for “dura”.

Juro zero

Não existe almoço de graça, dizem os economistas. Muito menos financiamento sem cobrança de juros, pois dinheiro tem custo elevado, principalmente no Brasil. “Juro zero” não existe, pois está escondido em algum lugar: ou num custo maior que o carro pago à vista, ou nas várias taxas cobradas pelo banco ou numa desvalorização do usado dado como entrada.

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