Blog do Boris

Histórias mal contadas…

A publicidade mentiu ou só omitiu? Ultrapassou o limite ou só exagerou? Escorregou ou só pisou em falso? Tudo uma questão de perspectiva...

Boris Feldman

18 de mai, 2020 · 7 minutos de leitura.

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A publicidade mentiu ou só omitiu? Ultrapassou o limite ou só exagerou? Escorregou ou só pisou em falso? Tudo uma questão de perspectiva…

Porta-malas

Existe um padrão internacional para se medir o volume do porta-malas, possibilitando que se compare a capacidade (em litros) de vários modelos. Mas tem uma marca francesa que levou a sério a medição em “litros” e anuncia a capacidade do porta-malas de seus modelos aferidos com… água. Em geral, o que se carrega numa viagem são malas, sacolas e pacotes. Água, só se for de caminhão-pipa.

Peso

Para não fugir do tema, uma fábrica anunciou que a capacidade de carga de sua picape era de 700 kg. Que é, na verdade, o peso total admissível do veículo. A agência de publicidade se esqueceu da necessidade de pelo menos uma pessoa na cabine, atrás do volante. Ou já vislumbrava o carro autônomo?

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Estepe

Chegou quase ao final o estoque na fábrica de rodas e pneus para a linha de montagem. Para não interromper a produção, a fábrica decide montar os carros sem estepe, e levá-los para o pátio até chegarem mais rodas e pneus.

Quando chega o lote seguinte, alguém percebe que os pneus são de outra marca. “Pode montar!”, grita o gerente de produção, se lixando para o freguês que, quando precisar do estepe, vai usar marcas e padrões diferentes nos dois lados do eixo…

Asiáticos

Por falar em pneus, algumas fábricas estão usando marcas asiáticas. Por quê não, se oferecem mesma qualidade e custam menos? O problema vem depois, quando o dono do carro precisar de repor um deles ou todo o jogo: vai ter dor de cabeça, pois não são encontrados com  facilidade no mercado, aliás, às vezes, em loja nenhuma, só na concessionária. Que aproveita para enfiar a mão com gosto no bolso da vítima.


Proteção para o joelho

Fábrica inclui, entre as “vantagens” de seu carro, o 7º airbag, que protege os joelhos do motorista. Deveria ficar quieta, pois ele só é necessário para remendar um projeto mal feito: se a parte frontal do carro foi bem estruturada, não há necessidade de mais esta bolsa inflável.

Juro “zero”

Se você acha que Papai Noel, cegonha e almoço grátis existem, então acredita também no financiamento do carro zero sem juros. É evidente que estarão embutidos nas taxas, no desconto que deixou de ser praticado, ou na perda de alguma oferta para quem paga a vista.

Autonomia

No caso do elétrico, ele pode até rodar de fato os 400 km anunciados com uma carga de bateria, mas desde que não se ligue faróis nem ar condicionado, nem tenha que subir o morro, ou que a precariedade de eletropostos nas estradas não force o motorista a parar para abastecer mantendo carga mínima de 15 ou 20%.


R$ 1 por dia

O freguês tem receio de comprar o carro pela (má) fama que conquistou no mercado devido ao elevado custo das revisões obrigatórias. A fábrica, preocupada em perder vendas, anuncia um plano de revisões a preço fixo, especificando o valor de cada uma, de acordo com a quilometragem.

O freguês acredita até levar o carro para a revisão, que deveria mesmo custar cerca de R$ 30 por mês. Mas aí vem a conversa para boi dormir do consultor técnico, que se vale de sofisticada lábia para aplicar a “empurroterapia” e dobrar ou triplicar o valor.

E tome limpeza de bico injetor, do corpo da borboleta, do tanque de combustível, lubrificação da suspensão e das maçanetas…


Potência

Ao lançar a versão esportiva da gama, fábrica alemã queria porque queria anunciar o “mais potente do mercado”. E se valeu de um artifício “mercadológico”, declarando potência de 193 cv. Apenas 1 cv mais que seu concorrente japonês, que declarava 192 cv.

A mágica germânica: seu motor só oferecia todo aquele haras se o carro fosse abastecido com gasolina Podium, encontrada apenas em alguns raros postos BR. Enquanto os cavalos japoneses se contentavam com a mais comum das comuns.

 


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