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Perigo: motorista corre vários riscos, além do coronavírus

Muitos acidentes seriam evitados não fosse o motorista ignorar regrinhas básicas de segurança e as malandragens no mercado

Boris Feldman

14 de abr, 2020 · 6 minutos de leitura.

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Muitos acidentes seriam evitados não fosse o motorista ignorar regrinhas básicas de segurança e as malandragens no mercado

Morte por gases

Motoristas desligam inadvertidamente a recirculação de ar e se intoxicam pela falta de renovação do ar no interior do carro. Essa tecla fica junto aos comandos do ar condicionado e tem uma setinha em forma de círculo.

É acionada para impedir a troca de ar com o exterior do carro, acelerando o processo de refrigeração ou evitando a entrada de poeira ou outras sujeiras da atmosfera. Mas este bloqueio não pode durar horas pois os gases expirados pelo pulmão são tóxicos, podem provocar tontura e até matar os passageiros.

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Instabilidade

Os utilitários esportivos são mais elevados e menos estáveis e, por isso, necessitam (mais que os automóveis) do sistema eletrônico de estabilidade (ESC) já obrigatório em vários países.

No Brasil, será exigido apenas em 2022 e até lá, não equipa alguns SUVs mais baratos, de entrada de gama. É maior, portanto, seu risco de derrapar ou até capotar numa manobra emergencial mais brusca no volante ou numa curva mais fechada na estrada, mesmo em velocidades inferiores a 100 km/h.

Pneu vencido

Qualquer composto de borracha tem validade, assim como remédio: expira mesmo guardado na loja. Os pneus são garantidos pela fábrica, em geral, por cinco a seis anos. Neste prazo, conservam características de aderência e flexibilidade.


É possível continuar rodando mais alguns anos, já comprometendo a segurança. Porém acima de 10 anos de fabricação, o pneu pode estourar em elevadas velocidades e provocar acidente.

Em caso de dúvida, examine as bandas lateral e de rodagem com uma lente para verificar se não surgiram fissuras na borracha. É o sinal de alerta!

Falo mais sobre isso no vídeo abaixo:


Pneu “quebra-galho”

Na hora de trocar o jogo de pneus, é importante prestar máxima atenção à qualidade. Fora das marcas tradicionais e conhecidas, existem três riscos:

  1. Pneus remolds aparentemente iguais, mas que utilizam carcaças diferentes estruturalmente (falha grave do Inmetro que não exige constar essa informação na banda) e desestabilizam o carro numa freada ou curva;
  2. Pneus carecas “refrisados” em borracharias para aprofundar o sulco,  o que só se faz em pneus de veículos pesados;
  3. Várias marcas asiáticas são de excelente qualidade e até usadas por montadoras. Mas algumas são de péssima qualidade e colocam em risco a segurança além de baixa durabilidade. Informe-se!

Grampo

Camelôs vendem nas esquinas grampos de plástico para reter o cinto de segurança longe do tórax, que “incomoda” o motorista. Mas é por estar justo no peito que evita, no caso de impacto frontal, o passageiro ter o corpo acelerado contra o cinto, provocando lesões.

Liga leve

Nenhum problema em recuperar rodas de liga leve que sofreram pequenos acidentes ou arranhões no meio-fio (ou guia).  Mas, jamais no caso de terem se empenado, quebrado ou surgido uma grande trinca, pois as oficinas de recuperação não possuem os equipamentos sofisticados necessários para detectar fissuras internas depois da solda (lembra do acidente com o Range Rover do cantor Cristiano Araújo?).


Airbag

Além dos quase dois milhões de carros que rodam no Brasil sem atender ao recall para troca do air bag que mata no caso de acidente, ainda tem outro problema: motoristas ignoram que devem se  manter a pelo menos 25 cm do volante (passageiro, 40 cm do painel).

Para evitar serem atingidos pelo airbag que se infla violentamente no momento do acidente.

Fading

Numa longa, sinuosa e íngreme descida de estrada, poucos motoristas usam o freio motor, reduzindo a caixa para a mesma marcha que usariam para subir a mesma ladeira. Resultado: fading, um superaquecimento que deixa sem ação o sistema de freios.


Aquaplanagem

Faz o carro deslizar como um esqui sobre uma lâmina de água no asfalto e as rodas perdem contato com o piso. Inútil acelerar, frear ou virar o volante. Solução é evitar o fenômeno, reduzindo a velocidade antes de atingir o espelho d’água. Se acontecer, só rezando…

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