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Recall do airbag: já teve uma vítima no Brasil

Maior recall do mundo substitui airbags que ferem ou matam. Mas ainda rodam dois milhões de carros com eles no Brasil

Boris Feldman

09 de abr, 2019 · 6 minutos de leitura.

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Takata volta a ser investigada por cintos de segurança defeituosos

Perícia feita num Honda Civic 2002 que se acidentou no ano passado, no Estado do Arizona (EUA), comprovou que a morte do motorista foi provocada por estilhaços do airbag que se inflou num acidente de estrada.

Já foram 24 óbitos registrados no mundo e mais de 200 feridos por estilhaços que atingem o passageiro a quase 300 km/h. Uma das vítimas foi no Brasil: um policial num Honda Civic 2007, no estado da Bahia.

Fatos sobre este recall do airbag:

  1. É o maior do mundo, com mais de 100 milhões de carros envolvidos, a maioria produzida entre 2001e 2015;
  2. Levou à falência a japonesa Takata, maior fabricante mundial de airbags;
  3. Apesar da gravidade do problema, menos da metade dos carros incluídos no recall foi levada às concessionárias para o reparo gratuito;
  4. Várias marcas foram envolvidas no recall, entre japonesas, europeias e norte-americanas;
  5. Vários modelos brasileiros foram equipados com este airbag, até porque a Takata tinha fábrica aqui;
  6. Só no Brasil foram envolvidos 3,5 milhões de carros da Toyota, Honda, Subaru, Mitsubishi, Nissan, Fiat, Renault, Mercedes-Benz, Audi, BMW, Ferrari, GM, Ferrari e outras.
  7. Também no Brasil o dono do carro não se preocupa com o recall. Isso significa que cerca de dois milhões de carros com air bags que ferem ou matam continuam circulando por aí;
  8. As campanhas de recall custaram a começar pois os airbags demoraram a apresentar o problema e pela complexidade de se organizar as campanhas em todo o mundo, componentes de substituição, custos envolvidos, localização dos carros, etc.

A maioria dos acidentes com airbags ocorre com carros da Honda e Toyota. Por isso, as duas empresas decidiram realizar uma campanha no Brasil para encontrar estes modelos fabricados desde 2001. As duas marcas estão fazendo muito mais do que manda a lei, publicando anúncios em jornais e outdoors, recorrendo aos Detrans para localizar seus proprietários e solicitando a colaboração das concessionárias.

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O que provoca o problema do airbag? O deflagrador da bolsa inflável é acionado por um gás. A Takata resolveu usar o nitrato de amônio, que é instável e varia de acordo com a temperatura e umidade, tornando sua explosão muito mais violenta. Então, ao ser acionado, ele rompe o tubo disparador em fragmentos de metal arremessados para o interior do carro.

Ou seja, o equipamento, projetado para proteger os ocupantes do automóvel, tem comportamento contrário e está ferindo e matando quando a bolsa é inflada, no momento de um acidente. Ou, em casos mais raros, até espontaneamente.

Dicas:


  1. Confira pelo numero do chassis se seu carro está incluído na campanha de recall. Ligue no 0800 (SAC) ou para a concessionária de uma das 13 marcas envolvidas no Brasil;
  2. Ao comprar um carro usado, confira se está incluído no recall e, neste caso, se foi levado para a troca do airbag na oficina da concessionária;
  3. Se descobrir que seu carro deve ser levado para o recall, cuidado com algumas concessionárias que alegam estar vencido o prazo do recall: ele não tem prazo e vale por toda a vida do carro.
  4. Nenhuma oficina de concessionária pode alegar que a troca deve ser realizada onde o carro foi comprado: qualquer uma no Brasil faz o reparo gratuito.
  5. Se algum dos airbags de seu automóvel estiver incluído na lista do recall, desligue-o caso a concessionária peça um prazo para substituí-lo. O do motorista exige um técnico da oficina para interromper o circuito. No do passageiro, a maioria dos automóveis tem um comando para desligá-lo.

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