Baixinhos nervosos fazem parte do imaginário popular. Na Mini, eles começaram a virar lenda em 1964, com o Cooper S, primeiro da marca preparado por John Cooper. Pequenos, os Mini não são mais, mas o que perderam em fofice, ganharam em ferocidade. Os novos Clubman e Countryman JCW têm motor 2.0 quatro cilindros biturbo que rende 306 cv e 45,8 mkgf. Em ambos o câmbio é automático de oito marchas.
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Tanto Clubman (R$ 219.990) quanto Countryman (R$ 239.990) elevam a enésima potência o conceito “go-kart feeling” (como dirigir um kart) que a Mini tanto se orgulha. Isso é ótimo para as pistas, como a da Fazenda Capuava, onde os modelos foram testados. Mas cansam um pouco na rotina diária do anda e para do trânsito. Nesta ambiente, o controle de largada, disponível para ser usado 100 vezes antes de uma revisão, e a marca de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos não fazem muita diferença. Mas cercado por zebras e chicanes, podem deixar a vida dos donos deste Mini bem divertidas.
Com tração nas quatros rodas, os modelos se comportam de forma distinta na pista. O Countryman, o chamado SUV da Mini, é um pouco mais alto, então permite mais de rolagem da carroceria, mesmo que controlada pelo ótimo sistema suspensivo. Já o Clubman tem um diferencial dianteiro mecânico do tipo Torsen que equilibra a tração e a entrega de potência em entradas e saídas de curvas, o que faz dele o mais divertido da dupla.
Como o torque máximo está presente desde os 1.750 rpm e o câmbio estica bem as marchas de cima, bastou encarar a curta reta da pista da Capuava para chegar a mais de R$ 170 km/h, número de gente grande, apesar de Mini. As rodas de 18 polegadas opcionais, que estavam nos carros, deram uma boa ajuda na estabilidade, mas as de 17″ de série não devem diminuir muito a performance.
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Modos de pilotagem dos Mini
Há três modos de pilotagem: Green, Mid e Sport. O Green, que equivale ao Eco ou Verde em outras marcas, não deve ser usado. John Cooper não aprovaria. Para falar a verdade, nem o Mid. A graça está toda no Sport.
Nele, o carro fica mais permissivo nos controles eletrônicos, as marchas ficam mais curtas e o ronco do motor aumenta. Tudo que o dono de um carro deste precisa. Porque se não for por isso, não há sentido ter um “Work” digno de JC como estes Clubman e Countryman.
Por dentro há bancos forrados de camurça, ar-condicionado digital automático de duas zonas, sistema multimídia com tela de 8,8 polegadas compatível com Apple CarPlay, som da Harman/Kardon com 12 alto falantes, retrovisor eletrocrômico, teto solar panorâmico e head up display.
Porém, mesmo com esta tecnologia e com faróis de LEDs, estes JCW continuam a ser carros de corrida em sua essência. Isso se traduz em ajustes manuais dos assentos e pouco espaço interno na traseira. Embora o porta-malas não seja tão diminuto assim nos modelos, com 306 litros para o Clubman e 405 litros para o Contryman.