Vagner Aquino, especial para o Estadão

19/03/2024 - 16 minutos de leitura. Atualizado: 24/04/2024 | 12:41

Renault Kardian vai dar trabalho para Fiat Pulse e VW Nivus; veja o vídeo

Com nova plataforma modular e conjunto mecânico inédito na linha Renault, SUV Kardian se destaca no desempenho e tem tecnologias modernas

Renault pretende alavancar vendas no Brasil com o novato Kardian Crédito: Vagner Aquino/Especial para o Estadão

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A Renault virou a chave no Brasil. Após apostar em carros “baratos” ao longo dos últimos 15 anos, todos provenientes da Dacia, marca romena do grupo, a francesa sobe de patamar com uma nova linha de produtos. E o Kardian é o primeiro modelo da nova safra que a montadora vai lançar no País. Cerca de cinco meses após sua revelação mundial, o SUV compacto começa a chegar às mãos dos primeiros compradores neste mês.

Por enquanto, o Kardian não tira de linha o veterano Stepway. Contudo, naturalmente, vai “canibalizar” as vendas do irmão, afinal, é um produto completamente novo e bem mais moderno. Um de seus principais atributos é a inclusão de 13 itens de assistência à condução, todos disponíveis na configuração de topo de linha Premiere Edition. Assim, oferece recursos semiautônomos avançados na disputa contra Fiat Pulse e Volkswagen Nivus.

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Pulando a parte das informações sobre preços e conteúdos (já divulgados, mas que você confere abaixo), restava, portanto, saber como é, na prática, o desempenho do novo motor 1.0 turboflex, que estreia no Kardian e pode ser expandido para outros modelos da marca. Lembrando que o modelo é feito sobre a novíssima plataforma Renault Group Modular Platform (RGMP). Essa base, modular e flexível, permite modelos com entre-eixos entre 2,60 metros e 2,95 m. Ou seja, vem carro grande por aí.

Renault Kardian (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Em evento na cidade de Gramado (RS), a Renault revelou todos os detalhes de calibração, bem como permitiu o teste no modelo. Até então, todas as apresentações haviam sido estáticas. Em síntese, as primeiras impressões revelaram que o SUV compacto tem uma mecânica que faz todo sentido e deve garantir sucesso frente a concorrência. Até porque o carro, além disso, é bonito e tem relação custo benefício bem interessante.


Preços e versões

Por falar em custo-benefício, antes de descrever o test-drive, vamos revisar, rapidamente, as versões e os preços do Renault Kardian. E cabe lembrar, portanto, que o SUV compacto vem, sempre, com motor 1.0 TCe e câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas.

Renault Kardian é bem acabado e tem materiais sensíveis ao toque (Renault/Divulgação)

Evolution turbo TCe câmbio EDC: R$ 112.790

Tem seis airbags, controlador e limitador de velocidade, assistente de partida em rampa, sensores de estacionamento traseiro e câmera de ré, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, Start&Stop e modo ECO com EcoScoring. Ademais, oferece borboletas atrás do volante (multifuncional e com ajustes de altura e profundidade) para troca de marchas, painel de instrumentos digital de 7″, central multimídia com tela de 8″ dotada de Android Auto e Apple CarPlay com espelhamento sem fio, ar-condicionado digital com função automática e comando elétrico para vidros e retrovisores. Visualmente, a versão de entrada traz faróis e assinatura luminosa 100% de LEDs, barras de teto funcionais e modulares em preto, rodas aro 16 em dois tons e aerofólio traseiro.


Renault/Divulgação

Techno turbo TCe câmbio EDC: R$ 122.990

Em relação a versão de entrada, adiciona frenagem automática de emergência (AEBS), alerta de colisão frontal (FCW), freio de estacionamento eletrônico e console elevado com apoio de braço. Os painéis e volante têm acabamento premium. As rodas são de liga leve com 17″, e tem chave presencial do tipo cartão e acesso Hands-Free (mãos livres, em português). Na lista, figuram também, partida remota do motor, saídas USB-C na parte de trás, seis alto-falantes, bem como vidros dos passageiros com função one-touch e antiesmagamento. Opcional: Teto bíton em preto Nacré.

Première Edition turbo TCe câmbio EDC: R$ 132.790

A versão topo de linha vem com todos os equipamentos da versão Techno e soma recursos ADAS. Tem, portanto, controle de velocidade adaptativo (ACC), câmera Multiview (MVC), alerta de ponto cego (BSW), alerta de distância segura (DW) e outros itens como sensores de estacionamento frontal, faróis de neblina de LEDs e sensor crepuscular. Multi-sense com modos de condução Eco, Sport e Perso (personalizável) também ficam disponíveis. Para finalizar, o modelo topo de linha tem iluminação dinâmica e personalizável no interior (Ambient lightning) e carregador de smartphone por indução. Na estética, rodas de liga leve com 17″ e acabamento diamantado e escurecido, bem como antena shark, teto bíton (preto Nacré) e grade frontal em preto brilhante. Os badges em alusão a versão vão colados nas laterais.


Dimensões

Comum à todas, as medidas do carro ficam assim: 4,12 metros de comprimento e 2,60 m de entre-eixos, o Kardian é ligeiramente maior que seu principal rival. Respectivamente, o Pulse tem 4,10 m e 2,53 m. Aliás, o Fiat perde também em porta-malas. Afinal, os 370 litros não são páreo para o novato, que segue os passos do irmão Duster e garante generosidade na área de bagagens, com 410 litros (358 no sistema VDA).

Nas ruas

Hora de contar como é a vida a bordo do Kardian. Tivemos contato com a versão topo de linha Première Edition. O motor, como nas demais, é o 1.0 turbo TCe de 125 cv e 22,4 mkgf de torque, pertence à mesma família do 1.3 TCe (usado por Duster e Oroch) feito em parceria com a Daimler. Inclusive, é por isso que alguns modelos da Mercedes-Benz ainda usam esse propulsor. Na prática, embora tenhamos guiado o carro em trechos travados da Serra Gaúcha, o Kardian se mostra bem disposto.

Renault Kardian (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

Aceleramos o modelo por cerca de 40 km. Mesmo nesse curto espaço de tempo, foi possível perceber, de imediato, o acerto dinâmico. O carro, evidentemente, não chega a ser extremamente empolgante (até mesmo por sua proposta), mas está bem longe de ser sem graça. Embora não tenhamos conseguido atingir altas velocidades, deu para notar que o carro vai bem nas curvas, e não escapa mesmo nas mais fechadas. A direção (elétrica) é bem precisa e a posição de dirigir é ótima. Um excelente meio-termo entre hatch e SUV. E o carro é até silencioso. Mas o ajuste do volante tem o mesmo sistema do Sandero dos anos 2000, que “despenca” de uma vez no momento da regulagem. Ou seja, cuidado com os dedos!

O câmbio de dupla embreagem

Muita gente ainda tem preconceito com câmbio automatizado, isso porque, em décadas passadas, Ford, Chevrolet, Volkswagen e Fiat adotaram soluções fracas, onde se prezava pelo descanso do pé esquerdo, mas com funcionamento ruim, repletas de trancos e, consequentemente, fracas e mancas. Estacionar de ré em ladeiras, por exemplo, não era para qualquer um, afinal, tratava-se de uma caixa mecânica cujo sistema não contava com o pedal da embreagem, tornando tudo mais complicado.

Alavanca de câmbio tem formato de joystick (Renault/Divulgação)

Mas a boa notícia é que esses tempos ficaram para trás e o Kardian conta com o EDC de dupla embreagem. Ou seja, enquanto uma marcha é utilizada, outra já fica pré-engatada, tornando a operação bem mais ágil. Portanto, no novo SUV, a operação agrada, com trocas precisas e poucos solavancos e um bom casamento com o motor. As trocas de marcha do câmbio (de embreagem úmida) podem ser feitas, também, por aletas atrás do volante.

Inédito no Brasil e com a intenção de equipar outros modelos da marca, o 1.0 TCe, cabe destacar, tem três cilindros e injeção direta de combustível. O carro, em síntese, é bem esperto e tem bom fôlego em arrancadas e retomadas de velocidade. Até porque o torque é entregue relativamente cedo, às 2.250 rpm, o que facilita as ultrapassagens, por exemplo. Entre 0 e 100 km/h, leva 9,9 segundos, informa a marca francesa.

Modos de condução

Para ter mais gás – e mudanças na direção e no pedal do acelerador, como promete a fabricante -, basta apertar uma tecla no painel e o modo de condução é alterado. São três: My Sense, Eco e Sport. O lado bom é que o modo esportivo não traz aquele esgoelar chatíssimo que existe em alguns modelos (principalmente os que usam câmbio CVT mais antigos). Esteticamente, mudam as luzes internas de acordo com o modo selecionado.


Renault Kardian (Renault/Divulgação)

Por falar nisso, um ponto positivo para quem foca no custo/benefício é a economia do 1.0 turbo. De acordo com dados da Renault, o Kardian, que tem tanque de 50 litros, promete consumo de até 13,9 km/l com gasolina, na estrada. Ainda assim, não é melhor que os 14,4 km/l do Pulse e os 14,1 km/l do Nivus.

Já na cidade, ponto para o novato da Renault, que com o derivado do petróleo faz 13,1 km/l enquanto os rivais cravam, respectivamente, 12,1 km/l e 11,9 km/l. Todos os números têm base em dados do Inmetro. Cabe um adendo: durante o test-drive, sequer encostamos nos 7 km/l. Entretanto, a dinâmica dos testes para a imprensa, em alguns casos, acaba comprometendo as medições.


Renault Kardian (Vagner Aquino/Especial para o Estadão)

O melhor Renault feito no Brasil

E para quem duvidou que a Renault traria algo melhor que o Stepway, se enganou. O carro tem bom acabamento, peças bem encaixadas e até material sensível ao toque e black piano no painel. Tem plástico, é evidente, mas nada que fuja à regra dos modelos do segmento.

Ainda do lado de dentro, o espaço é honesto para um modelo do segmento de SUVs compactos. Com 2,60 metros de entre-eixos, 1,75 m de largura e 1,60 m de altura, não rende espaço de sobra, mas é aconchegante. O motorista tem a comodidade da regulagem de altura para o banco. O passageiro dianteiro, não. Quem viaja atrás, no entanto não tem mimos, como saídas de ar ou descansa-braço, mas na era digital, talvez seja, de fato, mais importante ter entradas USB. E, no Kardian, tem duas para os três ocupantes traseiros.


Aliás, esse é um ponto. O carro comporta até cinco pessoas, mas o espaço aperta bastante quando três adultos vão atrás. Entretanto, o túnel central não é tão alto. O que deixa a viagem menos cansativa para quem senta no meio do banco.

Quem não quiser comprar, pode assinar

Vale ressaltar que a Renault dá a opção de assinar mensalmente o Kardian por meio do Renault on Demand. Desse modo, tem planos de 12 meses, 18 meses, 24 meses, 36 meses e 48 meses. Mensalidades partem de R$ 2.299. A marca, no entanto, cobra R$ 1.000 como taxa de reserva e, no momento da contratação, basta escolher a cor e o valor pago é abatido no primeiro pagamento.

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